Hoje, o ClickJus pede licença aos seus leitores, para tratar de um tema transversal ao direito, afinal o natal é o contexto no qual os valores inerentes à sociedade democrática e pluralista são confirmados, aqueles que originariamente estruturaram um marco legal de respeito ao próximo e igualdade frente à condição de ser humano.
Lembra-se que historicamente esta data já era celebrada há milhares de anos.
Inicialmente, relacionava-se a proximidade do verão, depois do solstício de inverno, representando, por isso, um tempo de novas oportunidades, com a certeza de que as colheitas seriam melhores. Isto implica em reconhecer que as pessoas festejavam a oportunidade para aperfeiçoamento, mudança e recomeço daquilo que tinha marcado o ciclo anterior.
Nas línguas de origem latina, o vocábulo natal etimologicamente origina-se de palavras que significam nascimento e crescimento. Assim, desde tempos imemoriais, o inverno que era substituído por uma nova estação, despertava nas pessoas a lembrança acerca de sentimentos e valores que devem ser permanentes nas relações humanas.
Igualmente, é a novidade originada no nascimento de Cristo que dividiu a cronologia da história da civilização, o qual apresenta como principal mensagem a confiança de que o novo ano que se aproxima pode superar expectativas e apresentar novos horizontes. A novidade trazida por esses festejos natalinos é de paz, renovação e esperança, independentemente da confissão religiosa que se professe, é a ocasião na qual os valores humanos que orientam a sociedade são ratificados.
A troca de presentes, antes de um fim em si mesmo, deve ser lembrada, na origem, enquanto um exemplo de solidariedade, através do qual permanece o objetivo de fraternidade, o apoio mútuo, a compaixão, a compreensão da realidade de outrem e a reflexão segundo a qual é possível ajudar e transformar vidas.
A ceia não precisa ser enxergada tão somente como um ato protocolar em que a família se reúne e para o qual se prepara com dias de antecedência, mas um momento para, conjuntamente, celebrar a gratidão por causa dos desafios e adversidades que foram enfrentados e superados, em razão do alimento compartilhado e das histórias construídas ao longo de trajetórias diferentes que ao sentar-se à mesa comemoram a unidade apesar das diferenças.
Com isso, pretende-se consignar que o natal é época de se reafirmarem valores como pluralismo, dignidade, liberdades, vida, igualdade e respeito. É, portanto, tempo para que permaneça indelével em cada indivíduo a necessidade de respeitar a dignidade e o valor de cada pessoa.
Feliz Natal!