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Crítica: Homem-Aranha: De Volta ao Lar

O novo filme do Homem-Aranha dispensa histórias de origem e foca em encaixar o aracnídeo no Universo Marvel do Cinema

Crítica: Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Estreou esta semana nos cinemas brasileiros o aguardado Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-Man: Homecoming)confira onde assistir aqui. O filme já atingiu mais de 125 milhões de dólares em bilheteria só nesses três dias desde seu lançamento.

O herói aracnídeo fez sua estreia no Universo Marvel Cinemático em 2016 no filme Capitão América: Guerra Civil, e desde então deixou os fãs com expectativas elevadíssimas para seu primeiro filme solo.

Jon Watts dirige um filme centrado na vida colegial de um Peter Parker (Tom Holland) jovem, com drama escolar suficiente para fundamentar bem o “lado real” da vida de Peter, com todas as tensões da adolescência – corajosamente deixando um pouco de lado a “ação super-heroica”.

Este filme tenta de todas as formas (e nem todas boas, é preciso que se diga) se diferenciar de seus antecessores. Tanto quanto Peter Parker, na história, tenta obter a aprovação do seu mentor, Tony Stark (Robert Downey Jr.), o Invencível Homem-de-Ferro.

Assim, o filme é apenas metade super-herói: é também um filme colegial, sobre um garoto muito jovem que tenta encontrar seu lugar entre seus pares e provar seu próprio valor.

Seus amigos da escola tem nomes familiares para quem acompanha as HQs do Cabeça de Teia, mas não se engane: Flash Thompson (Toni Revolori), Ned Leeds, Betty Brant, Liz, e a tal Michelle (Zendaya) são inteiramente diferentes e originais (seja isso bom ou ruim) e formam um elenco de apoio que concede senso de realidade para a vida escolar do garoto. Isso dá chão à história, e nos faz torcer para que Peter chegue a tempo para o baile tanto quanto queremos vê-lo derrotar os bandidos.

Com cinco filmes em menos de quinze anos, este filme dispensa contar tudo de novo sobre como Peter obteve os poderes (o que é um grande alívio), ou sobre como o garoto usou sua genialidade para desenvolver a tecnologia do lançador de teias (mas sabemos que a ideia é dele, porque volta e meia vemos o garoto usar material da aula para desenvolver a fórmula do fluido de teia). Em compensação, o filme toma um bom tempo para explorar o traje de tecnologia Stark que Peter recebeu ainda em Guerra Civil.

E é das trapalhadas com o uniforme excessivamente cheio de funcionalidades que deriva muito do humor do filme. A leveza dessas trapalhadas contrasta com a gravidade dos momentos de tensão, quase todos centrados na figura do temível Abutre, interpretado com perfeição pelo astro Michael Keaton.

Adrian Toomes (Keaton) quebra um clichê recorrente do Universo Marvel (e de muitos outros filmes de heróis) onde o vilão é apenas uma contraparte maligna do herói com ambições genocidas. Não, não! Neste filme, temos enfim um vilão com motivações palatáveis, compreensíveis e tremendamente humanas – e habilidades que deixam o Homem-Aranha totalmente fora de seu elemento. Mais uma consequência da invasão Chitauri em 2012, O Abutre ficou um adversário medonho, e um personagem que rouba a cena em todas as que aparece.

Quando vemos o Homem de Ferro, o Capitão América ou Thor enfrentando seus vilões, eles sempre parecem imbuídos de uma certa aura de protagonismo invencível, como se estivessem destinados a vencer. Peter não possui essa aura. Em toda a sua inexperiência e ingenuidade, este Homem-Aranha devolve aos espectadores a sensação há muito perdida de incerteza, de ver um herói batalhar contra um adversário perigoso e ameaçador sem ter certeza de que ele vai prevalecer. Isso faz de Homem-Aranha: De Volta ao Lar um dos filmes mais empolgantes de tempos recentes em seu terceiro ato. Nos preocupamos com ele. Queremos que ele chegue são e salvo em casa.

Enquanto tenta ganhar novo público deixando para trás muita coisa boa só porque já apareceu em outros filmes do Homem-Aranha (cadê o garoto se balançando pelos prédios em Nova York?!), o filme dialoga com os fãs mais conhecedores do personagem com easter eggs aos montes. Vemos o futuro vilão Escorpião tomar forma, vemos a confirmação de que o sucessor Homem-Aranha (Miles Morales) existe neste universo (numa das cenas mais hilárias do longa), e até vemos uma referência ao Batman de Tim Burton!

De um modo geral, o filme consegue prender a atenção e nos deixar esperando por mais. É um alívio saber que este filme terá duas continuações, mais aparições do Homem-Aranha nos dois próximos filmes dos Vingadores. 

Homem-Aranha: De Volta ao Lar segue a onda de Mulher-Maravilha e Guardiões da Galáxia Vol. 2 ao devolver o tom leve, aventureiro e heroico aos filmes de super-herói, tão prejudicados pelos filmes “sérios e sombrios” de 2016.

O filme inspira o heroísmo clássico de fazer o bem porque é a coisa certa a se fazer, e satisfaz o fã que esperava, desde os primeiros rumores do acordo entre Marvel e Sony, ver o herói favorito do Universo Marvel lançando suas teias na mesma Nova York onde os Vingadores salvaram o mundo.

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