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Academia na China é investigada por adotar crianças órfãs para lutar MMA

Cerca de 400 garotos com idade entre 10 e 14 anos eram obrigados a treinar diversas vezes por dia e a competir em cages improvisados na rua para "divertir" adultos

Academia na China é investigada por adotar crianças órfãs para lutar MMA

As autoridades chinesas estão retirando crianças órfãs de uma academia de MMA em Chedgu, na província de Sichuan, que vem sendo investigada por adotar garotos abandonados para promover e lucrar com lutas entre eles. Só na semana passada, 19 garotos foram removidos da academia, segundo informações do site China.org.

As investigações começaram depois que um vídeo de dois garotos lutando dentro de um cage se tornou viral na China, sendo visto por mais de 12 milhões de pessoas. Em julho, uma produtora chamada Pear Vídeo lançou um mini-documentário de seis minutos que mostrava várias crianças com idade entre 10 e 14 anos treinando e competindo na Enbo MMA Club.

O documentário narrava que 400 crianças de rua haviam sido adotadas pela academia, fundada pelo ex-policial En Bo, e eram obrigadas a treinar diversas vezes por dia para se prepararem para os duelos, em condições precárias. No vídeo é possível ver dois garotos de 12 anos lutando em um cage improvisado no meio da rua para uma audiência composta por adultos. Nas entrevistas, as histórias se repetem: crianças que perderam os pais e acabaram indo para academia buscando melhores condições de vida e o sonho de um dia virarem lutadores do UFC.
Questionado se as crianças recebem para lutar, um dos treinadores da academia afirma que “mais ou menos”:

– Elas recebem um valor e nós gerenciamos para elas. Quando precisam de alguma coisa nós compramos – diz Wang Zhou, que se recusou a dizer quanto seria cada “cachê”.

Os combates têm cinturões e os lutadores que se machucam ou não lutam no seu melhor são devolvidos para as regiões de onde saíram, o que muitas vezes significa que são abandonados novamente na extrema pobreza. Nenhum deles têm contrato com a academia.

Na China, lutas entre crianças não são um problema único da Enbo Fight Club. No ano passado, o World Fight Championships of Akhmat promoveu um combate entre um garoto de 10 e um de 11 anos em um evento em Grozny, na Chechênia. Em Chedgu, no entanto, as investigações já retiraram dezenas de crianças da academia de En Bo. Muitas delas eram de Liangshan, uma das regiões mais pobres do país onde são usadas como escravas no trabalho rural ou acabam muitas vezes fazendo parte das estatística de tráfico humano. 

Fonte: Portal Combate

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