No próximo sábado, Khabib Nurmagomedov volta a entrar no octógono no mesmo local em que fez sua última luta pelo UFC, em setembro do ano passado. No entanto, há uma diferença crucial para o campeão linear do peso-leve: desta vez, ele não terá a companhia do pai, Abdulmanap Nurmagomedov, que o formou como artista marcial e guiava sua carreira. O confronto com Justin Gaethje pelo UFC 254 será o primeiro desde a morte de seu pai devido a complicações com a Covid-19, em julho, aos 57 anos de idade.
Khabib raramente demonstra qualquer emoção em suas entrevistas e lutas, mas diante das circunstâncias únicas, admite ainda estar mexido com a fatalidade.
– É muito duro. Não sei por que vocês continuam perguntando isso, mas é muito difícil, é muito difícil. Era meu pai, não era meu treinador. Era meu pai. É a época mais difícil da minha vida – desabafou o lutador russo em entrevista por vídeo-chamada para o Combate.
Nurmagomedov, contudo, garante que essa tristeza não o acompanhará ao octógono. Ele disse que, por trás de sua fachada impávida, há um ser humano, mas controlado.
– É claro que tenho emoções, sempre fico nervoso antes da luta também, mas campeões e lutadores comuns têm uma grande diferença. Campeões conseguem controlar suas emoções. Todos têm emoções. Às vezes você fica nervoso, às vezes tem medo, não de levar soco na cara ou algo assim, mas fica nervoso porque você treinou muito duro e tudo pode acontecer dentro do cage, qualquer coisa. Por isso que você fica um pouco nervoso, sua família toda está te vendo, o mundo inteiro está vendo. Mas tem uma grande diferença entre campeões e lutadores comuns. Eles conseguem controlar suas emoções. Por isso que se tornam campeões.
Khabib já deveria ter lutado este ano; ele estava escalado para enfrentar Tony Ferguson em abril, antes de a pandemia do novo coronavírus resultar em quarentena e restrições de viagem pela maior parte do mundo. O campeão ficou isolado na Rússia devido a um desencontro de informações com o UFC e, antes mesmo de seu pai começar a apresentar problemas, criticou a insistência da organização em realizar a luta em abril em meio às orientações de isolamento. Ele acabou substituído por Gaethje, que derrotou Ferguson em maio para levar o cinturão interino.
Fonte: Combate.com