Aspirante a jogador de futebol, vendedor, motoboy, office boy, … Marcos Conrado Jr. já fez muita coisa profissionalmente, mas foi um prazer que mudou sua vida: o jiu-jítsu. Hoje, aos 36 anos, o lutador de Goiânia virou professor da arte suave e viu os tatames o levarem até aos octógonos. No MMA profissional, ele tem cinco vitórias, nenhuma derrota e agora vai ter sua chance no Contender Series Brasil.
– O MMA foi um divisor de águas na minha vida. Eu estava querendo até me aposentar das competições de jiu-jítsu, querendo montar minha própria academia. E a partir do MMA, eu tive um novo ânimo na vida, tive oportunidades que eu jamais teria. Consegui lutar em lugares que eu jamais imaginei. Hoje eu estou ali na porta do UFC e, com certeza, ninguém tira isso de mim: essa vaga é minha – disparou.
Mas o goiano da equipe Astra Fight Team, de Balneário Camboriú, sofreu até conquistar essa chance. Perdeu o pai aos nove anos, teve uma mãe ausente e chegou a passar fome depois de casar. Mas tudo mudou depois do nascimento da sua filha.
– A Ananda representa tudo para mim. Ela é minha vida, minha força, minha luz, meu sol, meu combustível. Quando eu entro no octógono, com certeza, eu fico pensando nela. Quando eu estou na luta e eu estou cansado, eu penso “Ananda” e essa palavra vai me motivando, vai me fortalecendo.
Invicto no MMA profissional, Marcos Conrado é um lutador de confrontos rápidos: todas as suas cinco vitórias foram no primeiro round – três por nocaute e duas por finalização. O especialista em jiu-jítsu, fã de Fedor Emelianenko, vê isso como um trunfo para entrar no UFC.
– Os outros lutadores têm que se preocupar comigo porque eu vou para morte. Para matar ou para morrer. E, graças a Deus, eu nunca morri, sempre matei. Vou sempre com esse instinto de sangue no olho, destemido e sempre vou ser assim.
Na categoria dos peso-pesados (até 120kg), Marcos Conrado vai enfrentar Augusto Sakai, da academia Gile Ribeiro, no Contender Series Brasil. Mesmo sabendo que vai enfrentar um adversário experiente no MMA, Marcos tem um foco na cabeça.
– Eu quero mostrar ao mundo com essa luta que tudo é possível. Comecei a lutar com 35 anos e acho que vou ser uma inspiração pra muitas pessoas. Inclusive para aqueles que estão próximos a mim e acreditaram que não era possivel.
O maior inspirador de Marcos Conrado foi seu pai, que faleceu quando ele tinha nove anos. Foi ele quem o matriculou no caratê aos quatro anos. E é nele que o lutador se inspirou para o visual bigodudo.
– Quando eu comecei a lutar MMA, eu deixei o meu bigode em homenagem ao meu pai. Tá dando certo e eu vou mantendo. Ele era muito esportista: corria de motocross, jogava futebol. Eu tenho certeza que onde ele estiver, ele está muito orgulhoso – finalizou.
Fonte: Combate.com