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De modelo no interior a aspirante ao UFC: Glorinha de Paula aposta em jogo agressivo no Contender

Brasileira teve seu primeiro contato com as artes marciais em 2013, quando começou a praticar muay thai. Nesta terça-feira, encara Pauline Macias carregando o sonho de ingressar no Ultimate.

De modelo no interior a aspirante ao UFC: Glorinha de Paula aposta em jogo agressivo no Contender

Glorinha de Paula vai disputar uma vaga no UFC contra a americana Pauline Macias nesta terça-feira, pelo Contender Series, em Las Vegas (EUA). Há sete anos, a peso-palha natural de Campinas, no interior de São Paulo, teve seu primeiro contato com as artes marciais, quando começou a praticar muay thai para ficar em forma, sem intenções de se tornar atleta. Hoje com quatro vitórias e duas derrotas no MMA profissional, conta que aos 17 anos tinha como grande objetivo ingressar no ensino superior e fazia trabalhos como modelo. Era um mundo completamente diferente do que a cerca atualmente.

– Eu estava no terceiro colegial decidindo o que iria prestar na faculdade, tinha várias coisas em mente mas nada muito certo. Queria fazer Ciência da Computação, também pensava em Nutrição… nesse meio tempo fazia uns trabalhos como modelo mas não era algo que eu queria manter. Meus pais são fotógrafos e desejavam que eu seguisse a carreira. Já trabalhei com eles, mas nunca foi algo que eu queria. Como eles eram fotógrafos, desde pequena eu já me soltava bastante na frente das câmeras, e aí uma coisa foi levando à outra (para atuar como modelo). Eu já fazia uns trabalhos para algumas marcas de roupa, nada muito sério e profissional – diz a lutadora ao Combate.

O muay thai era apenas para manter o bom condicionamento físico, mas virou paixão em pouco tempo. A quantidade de treinos foi aumentando, e Glorinha enxergou no esporte um meio de ganhar a vida com algo que amava. A primeira luta entre mulheres da história do UFC, entre Ronda Rousey e Liz Camouche, em 2013, deu ainda mais gás para o desejo da brasileira de se tornar atleta. Na família, porém, havia uma pequena divisão: a mãe sempre acompanhou e apoiou a peso-palha em seus primeiros passos, já o pai tinha receio, pois, nas palavras de Glorinha, “não queria ver a filhinha tomando porrada”.

Aos poucos a resistência paterna foi sendo quebrada. Glorinha fez sete lutas no muay thai amador e até levou um título paulista no kickboxing amador. Com a evolução, recebeu o conselho que marcou a virada em sua carreira: a treinadora Fabiana Belai disse que a peso-palha deveria começar a treinar outras modalidades e migrar para o MMA para ter uma fonte de renda melhor. Assim, Glorinha arrumou as malas e preparou sua mudança do interior para a capital de São Paulo, onde começou a trabalhar na Chute Boxe, comandada por Diego Lima.

– Fiz algumas lutas de muay thai e meu pai foi convivendo mais no meio, participando da minha vida dentro da academia e vendo que não é uma loucura, não é briga, é esporte. Minha mãe ajudou com algumas conversas. E a galera falava: “Mas você é tão bonita, porque que você luta?” Ou então: “Você é modelo também, não tem medo de machucar o rosto?” Mas é aquilo, eu fazia alguns trabalhos mas não era o que eu queria seguir. Quando comecei a treinar luta me encontrei nisso, era realmente o que eu queria fazer da vida – explica a atleta.

Na mudança para a cidade de São Paulo, Glorinha contou com o suporte financeiro dos pais. O aluguel de um apartamento perto da academia era tudo o que a jovem precisava para começar no MMA – e naquele momento, em 2016, seu pai já havia virado até telespectador do Canal Combate. A maior dificuldade para Glorinha foi, então, adaptar sua luta à versatilidade que as artes marciais mistas exigem, com o início do treinamento de outras modalidades. Para isso, ela contou com a ajuda do professor Diego Lima e dos colegas da academia, que tem nomes como Charles do Bronx, Mayra Sheetara, Thomas Almeida, dentre outros.

– Eu não tinha nada de jiu-jítsu e de wrestling. A pior parte para mim foi no wrestling, porque eu tinha um pouco de medo em pegar queda. Fui me soltando aos poucos, os meninos da Chute Boxe sempre me ajudaram muito. Foi só o inicio mesmo, aquele estranhamento porque nunca tinha feito, mas consegui pegar um embalo legal. É bom demais ter essas pessoas (atletas com experiência no UFC) do meu lado porque elas me incentivam demais. É uma motivação extra, vejo o que eles fazem e estou treinando com eles, então vejo aonde posso chegar. Estou ao lado de atletas incríveis que sempre me dão um toque, é muito legal ter essa galera comigo.

Mayra Sheetara, além de colega de academia, é também namorada de Glorinha. A mineira já acumula três lutas pelo UFC, e também ingressou na organização por meio do Contender Series, em agosto de 2018. Na ocasião, Sheetara venceu por finalização em apenas um minuto de luta, e Glorinha esteve no corner da namorada. Agora, dois anos depois, a situação vai se inverter.

– Ela me dá muita força, me faz crescer muito, tanto na parte técnica como mental. Como ela já passou por isso, me ensina demais. Eu cresci muito ao lado dela. Em todos os aspectos, não só como atleta como também pessoal. A gente se ajuda bastante, tudo o que uma precisa a outra está do lado. É uma parceria muito forte.

Fonte: combate.com

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