Nocaute

Frankie Edgar: “Não sou idiota. Não vou me arriscar se não for o melhor para mim”

Veterano fala sobre o primeiro nocaute sofrido na carreira e a decisão de voltar a lutar em pouco tempo contra Cub Swanson no UFC Atlantic City, no dia 21 de abril

Frankie Edgar: "Não sou idiota. Não vou me arriscar se não for o melhor para mim"

A derrota para Brian Ortega no UFC 222, quando sofreu um nocaute brutal no primeiro round, não impediu que Frankie Edgar aceitasse voltar a lutar apenas x dias depois, contra Cub Swanson, no co-evento principal do UFC Atlantic City, dia 21 de abril. Em entrevista ao programa “MMA Hour”, o ex-campeão dos pesos-leves da organização revelou que a motivação para retornar antes do tempo imaginado era tentar apagar a derrota, ou ao menos buscar lidar melhor com o que aconteceu.

– Estou ansioso para subir lá de novo. Sei que as pessoas estão em dúvida se eu aceitei voltar a lutar muito cedo ou não, mas tudo bem. Eu já esperava por isso, e sei o que estou colocando em jogo. Estou confortável com a minha decisão, e pronto para provar que as pessoas estão erradas. Quem luta sou eu, e quem tem algo a perder também sou eu. Mas não existe sensação melhor do que subir lá e conseguir a vitória que apaga aquela derrota. Na verdade, ela jamais será apagada, mas vencer me ajudará a lidar com o gosto amargo que ela deixou, além de me dar algo positivo em que me concentrar, ao invés de algo negativo. Mas eu entendo a preocupação das pessoas, mas sinto que não sou como os outros caras. Não sou idiota também. Não vou me colocar em perigo se não sentir que é o melhor para mim.

Falando sobre a luta, Edgar garantiu que não perdeu a consciência após a cotovelada e o upper desferidos por Ortega. Mesmo assim, o lutador disse entender a interrupção do árbitro John McCarthy, apenas ressaltando não ter sentido dores de cabeça ou problemas mais sérios no hotel, após a luta.

– Eu estava consciente, e é por isso que me lembro do nocaute. Porque não apaguei. Mesmo quando estava caindo, estava ciente de que tinha pouco tempo. Eu ficava pensando comigo mesmo: “Tudo bem. Pouco tempo, pouco tempo. Vamos sair dessa.” Mas, obviamente, ele conseguiu se aproveitar disso com aquele upper. Quando caí, assim que o árbitro chegou sobre mim, eu disse que estava bem – e talvez não estivesse. Não estou reclamando da interrupção da luta, eu sei por que ele parou. Mas eu não estava inconsciente. Lembro de dizer: “Estou bem, estou bem” e de tentar reclamar. Claro que precisei de uma ajudinha para levantar, mas não estava totalmente apagado. Não tive sequer dor de cabeça no hotel durante a noite. Já tive mais dores na cabeça em treinos do que naquela noite. Repito: eu não estava inconsciente. Eu fiquei abalado, e isso foi mérito de Ortega, mas não tanto assim.

Para Edgar, o pior golpe não foi o uppercut, mas sim a cotovelada que o precedeu, justamente por ele não ter visto o golpe chegando.

– Eu não vi o golpe chegando. Essa foi a maior razão. Todo mundo me disse: “Esse foi o golpe mais forte que você já levou.”. Mas nem sempre é o golpe mais forte que derruba. Eu acho que o golpe que você não vê chegar é o que nocauteia. Eu não vi a cotovelada chegando. Mas acontece muito, toda hora. E é muito ruim chegar em casa e ter de dizer aos seus filhos o que aconteceu quando eles perguntam. Não é algo do qual eu me orgulhe, mas aconteceu, e eu não posso fazer nada.

O veterano também falou sobre o apoio recebido de seus técnicos, amigos, companheiros de treino e familiares, mas deixou claro que a decisão de enfrentar Swanson seria tomada mesmo se o apoio não existisse.

– Sempre ouço meus técnicos, meu empresário, minha esposa e meus companheiros de treinos, mas a decisão de lutar ou não é minha. É ótimo ter o apoio deles, mas mesmo se eles me dissessem para não aceitar essa luta, eu provavelmente lutaria mesmo assim. Mas eles me apoiaram na minha decisão de lutar, então, melhor ainda. Ninguém ficou mais desapontado do que eu. Posso não estar demonstrando tanto quanto outros caras, mas pode acreditar, fiquei muito mal, e ainda estou. Mas não dá para voltar no tempo para mudar as coisas. Não vou ficar dizendo que gostaria de ter feito alguma coisa diferente. Isso acontece com os lutadores o tempo todo – quando perdemos, sempre dizemos que gostaríamos de ter feito isso ou aquilo. Mas vou ser homem para manter a minha decisão.

UFC Fight Night                  
21 de abril de 2018, em Atlantic City (EUA)
CARD DO EVENTO (até o momento):
Peso-leve: Edson Barboza x Kevin Lee
Peso-pena: Frankie Edgar x Cub Swanson
Peso-galo: Aspen Ladd x Leslie Smith
Peso-mosca: Magomed Bibulatov x Ulka Sasaki
Peso-meio-médio: Siyar Bahadurzada x Luan Chagas
Peso-galo: Merab Dvalishvili x Adversário a ser anunciado
Peso-médio: David Branch x Thiago Marreta
Peso-meio-pesado: Patrick Cummins x Corey Anderson
Peso-méio: Uriah Hall x Adversário a ser anunciado
Peso-galo: Aljamain Sterling x Brett Johns
Peso-meio-médio: Tony Martin x Keita Nakamura
Peso-leve: Jim Miller x Dan Hooker
Peso-pesado: Justin Willis x Chase Sherman

Fonte: combate.com

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