Conhecido pela “marra” dentro e fora do octógono, o holandês Alistair Overeem surpreendeu a todos pelo respeito demonstrado a Walt Harris após nocautear o americano na luta principal do “UFC: Overeem x Harris” no último sábado. Demonstrando empatia pela tragédia que se abateu sobre a família de Harris em novembro de 2019 – o lutador teve a enteada sequestrada e assassinada – Overeem o consolou ainda no chão do octógono depois da luta. Perguntado na entrevista coletiva após o evento se havia sido difícil lutar contra Harris quando o rival fazia sua primeira apresentação após o ocorrido, o holandês negou ter sentido qualquer dificuldade.
– Para mim não foi nem um pouco difícil, porque isso aqui é um esporte, é um trabalho. É claro que Walt passou por uma grande tragédia, mas é como eu ganho a minha vida. Não me entendam mal. Walt é um cara incrível, já treinamos juntos, provavelmente treinaremos juntos novamente algum dia. Mas eu vejo tudo isso com olhos profissionais, não há nada pessoal aqui. Eu coloco as emoções de lado quando luto, assim como a tragédia que aconteceu com ele ou a amizade. Nós somos profissionais, e ambos amamos o que fazemos. O que eu podia fazer para honrá-lo era levar para o octógono a minha melhor melhor versão e lutar da melhor forma possível. Após a luta em me aproximei dele para desejar que tudo fique bem. Ele é um cara muito legal.
Overeem, que fez 40 anos no domingo seguinte à luta, admitiu que passou por momentos de muita dificuldade na luta quando sofreu o knockdown no primeiro round, e revelou que suas duas maiores preocupações hoje em dia são conseguir uma nova corrida rumo à disputa de cinturão e como encerrará a sua carreira.
– Eu estava em apuros, com certeza. Ele me derrubou e cortou meu supercílio. Imagine um cara com 120kg ou mais tentando te nocautear. Ele é rápido e muito forte, mas consegui inverter a situação e nocauteá-lo. Eu ainda quero disputar o cinturão, mas sei que estou na fase final da minha carreira. São as duas coisas em que penso hoje em dia: encerrar a minha carreira e conseguir uma disputa de cinturão.
Perguntado se já havia imaginado que lutaria em uma arena vazia, e qual havia sido a sensação, o holandês admitiu que jamais imaginou passar por essa experiência, mas admitiu que tudo o que envolveu o evento o motivou e disse que a arena vazia o lembrou do início da sua carreira, há 23 anos, quando se apresentava para cerca de 100 pessoas.
– Nunca imaginei que lutaria em uma arena vazia. Foi estranho, mas eu estava empolgado em saber como seria a experiência. Essa foi a minha luta de número 92 e me lembrei um pouco das lutas no início da carreira, em 1997, quando havia menos de 100 pessoas assistindo. Mas isso me motivou, porque ainda senti o nervosismo antes de entrar no octógono. Foi diferente, mas foi bom. Eu gostei.
Planejando voltar a lutar entre setembro e outubro deste ano, Overeem disse que seus planos agora são voltar para a Holanda e aproveitar as férias com suas filhas.
– Meus planos agora são de descansar um pouco, porque meu camp foi cinco semanas maior que o de costume e quero comemorar meu aniversário de 40 anos. Talvez eu volte a lutar em setembro ou outubro, porque não quero ficar muito tempo parado. Vou voltar para a Holanda para rever as minhas filhas e recarregar as baterias.
Fonte: Combate.com