Apagão

Adolescente é atingido por bala de borracha no olho durante ato contra apagão no Amapá

Estado enfrenta há uma semana problemas no fornecimento de energia elétrica, com racionamento e sistema de rodízio por turnos. Família da vítima da bala nega que participava do movimento. Caso foi denunciado à polícia.

Adolescente é atingido por bala de borracha no olho durante ato contra apagão no Amapá

Adolescente é atingido por bala de borracha no olho durante manifestação no Amapá; PM investiga. — Foto:Rede Amazônica/Reprodução

Um adolescente de 13 anos corre o risco de perder a visão após ser atingido por uma bala de borracha no olho durante um protesto contra um apagão energético que dura uma semana no Amapá. A manifestação teve intervenção da PM, que diz que vai apurar a origem do disparo. A família diz que os policiais não prestaram socorro e negam participação no protesto.

Lucas Matheus de Abreu diz que estava próximo ao ato que ocorreu na última sexta-feira (6) na 7ª avenida do bairro Congós, área comercial da Zona Sul de Macapá — a família da vítima tem empreendimentos no local.

O caso do adolescente veio à tona nesta terça-feira (10), quando a PM informou que pretende instaurar um procedimento administrativo para investigar o caso.

De acordo com o relato da família, eles tentavam fechar os estabelecimentos quando teve início uma confusão na rua. Matheus diz que atravessou a via quando os disparos começaram e ele foi atingido no olho direito.

“Ficamos desesperados. Mostramos ele aos policiais e a polícia continuou atirando. Um funcionário nosso foi baleado também. Quando eles [PMs] perceberam o que tinham feito, pegaram a viatura e foram embora. Vamos supor que eles não tenham atirado para atingi-lo, mas o que mais me dói é que, quando eu pedi socorro, simplesmente eles foram embora. Isso pra mim é omissão de socorro”, disse Edilene dos Santos, madrasta do adolescente.

Edilene dos Santos, madrasta do adolescente — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

A família contou que não viu pessoas armadas no local nem ações que justificassem a intervenção policial.

Matheus foi atendido no Hospital de Emergências (HE) de Macapá e depois foi transferido para o Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal), onde passou por uma cirurgia. A família informou que segundo a equipe médica, o adolescente pode ter a visão comprometida pelo ferimento.

“Eu espero que a justiça seja feita. Não deveriam ter abandonado meu filho como abandonaram. Omitiram socorro pro meu filho. Isso é o que me entristece”, declarou a madrasta, que acrescentou que cuida de Matheus como filho.

Adolescente passou por cirurgia no Hospital de Clínicas Dr Alberto Lima — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

De acordo com Edilene, foi registrado boletim de ocorrência na Polícia Civil. O caso só não foi denunciado à Corregedoria da PM por falta de energia, mas a madrasta do adolescente acrescentou que foi orientada a registrar a situação pelo site do órgão.

A Polícia Militar informou que “os serviços da Corregedoria da PM-AP não estão suspensos, no entanto, sofrem prejuízos pela falta de energia que atinge a todos”.

Entre sexta-feira e a madrugada desta terça-feira, a PM registrou 55 protestos por causa da falta de energia elétrica. Em muitos dos atos, os moradores queimaram pneus e pedaços de madeira. No protesto em que Lucas Matheus foi atingido, uma outra pessoa também foi ferida por tiros de borracha no peito e braço.

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