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Após anestesista ser preso por estupro de paciente, Defensoria encontra falhas no Hospital da Mulher

No último dia 10, o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, foi preso na unidade, acusado de abusar sexualmente de uma paciente na sala de parto.

Após anestesista ser preso por estupro de paciente, Defensoria encontra falhas no Hospital da Mulher

A defensora conta que o próximo passo agora é encaminhar o relatório com as inconformidades identificadas à Fundação Saúde e à Secretaria de Estado de Saúde (SES). — Foto:Reprodução

A Defensoria Pública do Rio informou, nesta segunda-feira, que, encontrou diversas falhas em uma vistoria no Hospital estadual Heloneida Studart, o Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na última quinta-feira. Foram apontados problemas na atualização do livro de cirurgias e no atendimento à Lei do Acompanhante. No último dia 10, o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, foi preso na unidade, acusado de abusar sexualmente de uma paciente na sala de parto.

De acordo com o órgão, entre os problemas identificados, “destacam-se falhas no processo de preenchimento dos dados do livro do centro cirúrgico com as informações dos procedimentos ali realizados e problemas quanto ao armazenamento da documentação das pacientes”, diz o comunicado da Defensoria.

Segundo a defensora Thaísa Guerreiro, coordenadora de Saúde da Defensoria, “foi possível verificar que os protocolos, fluxos e processos de trabalho precisam ser aprimorados na unidade. Por exemplo, o fato de os obstetras não terem questionado a sedação nem interpelado o anestesista quando ele orientou o pai a se retirar do centro cirúrgico, mesmo tendo a criança permanecido dentro da sala (conforme informado), demonstra, por si, que violações importantes aos direitos sexuais e reprodutivos da mulher estão sendo naturalizados, o que é inadmissível”.

A defensora lembrou ainda que o Brasil já foi alertado no último relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos pelo número elevado de cesáreas com sobremedicação que incrementam o risco à saúde e à vida das mulheres, além de outras práticas de violência obstétrica institucional, perpetrada e tolerada por agentes públicos, como é o caso. A CIDH alertou que o Brasil, incluído o Estado do Rio de Janeiro, deve garantir a investigação rápida, completa, independente e imparcial dos incidentes de violência obstétrica e negligência médica, assegurando a investigação de todas as partes potencialmente responsáveis e, conforme o caso, o seu julgamento e pena.

— Exatamente por isso a Defensoria Pública do Estado do Rio acompanha o caso, e atua para que os fluxos, processos de trabalho, protocolos e políticas de humanização e capacitação, sobretudo da equipe médica masculina, sejam aprimorados no Hospital da Mulher e nas demais maternidades públicas do Estado — afirmou.

A defensora conta que o próximo passo agora é encaminhar o relatório com as inconformidades identificadas à Fundação Saúde e à Secretaria de Estado de Saúde (SES).

— O livro de cirurgias não é confeccionado em tempo real em que os procedimentos são realizados no centro cirúrgico. Seu preenchimento é realizado com defasagem de meses através de dados extraídos de fichas soltas de papel que não garantem a segurança das informações. De forma notória, há risco de extravio de informações dos procedimentos cirúrgicos realizados na maternidade. Essa fragilidade pode incutir uma sensação de impunidade, o que pode encorajar atos como aquele — destacou.

O EXTRA pediu posicionamento da Secretaria estadual de Saúde sobre as falhas apontadas pela Defensoria Pública.

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