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Bolsonaro: ‘Não dou motivo para a Polícia Federal investigar ministro’

Ele aproveitou a ocasião para fazer referência ao ex-ministro Sergio Moro, que deixou o Ministério da Justiça e Segurança Pública em abril e fez acusações contra Bolsonaro.

Bolsonaro: 'Não dou motivo para a Polícia Federal investigar ministro'

"Sei que não é virtude, é obrigação", afirmou o presidente, ao destacar que faz um governo de "peito aberto". — Foto:Reprodução

Um dia após dizer que acabou com a Lava Jato porque não há corrupção no governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (8) que “não dá motivos para a Polícia Federal (PF) investigar ministros” do seu governo.

“Não tenho dado motivo para a PF ir atrás dos meus ministros, diferentemente do que acontecia no passado. Isso é um compromisso nosso não apenas verbal ou de campanha, [mas que] vem se comprovando na prática essa forma de trabalhar”, disse Bolsonaro, que acrescentou que ajuda a PF ao nomear para os ministérios com base em critérios.

“Tenho colaborado com a Polícia Federal ajudando de que forma? De um lado, bastante ao escolher ministros não por critério político ou apadrinhamento, mas por critério de competência”, afirmou ele, durante um evento em Brasília.

Ele aproveitou a ocasião para fazer referência ao ex-ministro Sergio Moro, que deixou o Ministério da Justiça e Segurança Pública em abril e fez acusações contra Bolsonaro.

“Temos aqui o ministro André Mendonça, da Justiça, que é muito, muito melhor do que o outro que nos deixou há pouco tempo”, considerou ele, que ainda classificou a troca na pasta como “em boa hora”.

LEIA MAIS: ‘Acabei com a Lava Jato porque não tem corrupção no governo’, diz Bolsonaro

Nesta quinta-feira (8), o Supremo Tribunal Federal (STF) julga, a partir das 14h, se Bolsonaro vai prestar depoimento oralmente ou por escrito no inquérito que apura se ele tentou interferir politicamente na Polícia Federal. A sessão de hoje é a última a contar com a participação do ministro Celso de Mello, que se aposentará no dia 13 de outubro.

O processo foi aberto em maio e se baseia nas acusações de Moro de que Bolsonaro planejou interferir na PF. O presidente nega qualquer ingerência na corporação. 

LEIA MAIS: STF julga nesta quinta-feira se Bolsonaro pode depor por escrito em inquérito sobre Polícia Federal

Ao deixar o ministério, Moro afirmou que havia sofrido pressão de Bolsonaro para alterar o comando de superintendências da Polícia Federal e para compartilhar relatórios de inteligência da corporação. O inquérito aberto no STF apura se as declarações de Moro são verdadeiras.

Lava Jato

Em evento nessa quinta-feira (7), Bolsonaro afirmou que acabou com a Lava Jato porque, segundo ele, não há mais corrupção no governo.

“É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer para essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava Jato, eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo”, disse Bolsonaro, sob palmas, em evento no Palácio do Planalto para lançamento do programa Voo Simples, de medidas para o setor aéreo.

“Sei que não é virtude, é obrigação”, afirmou o presidente, ao destacar que faz um governo de “peito aberto”.

Bolsonaro indicou o desembargador Kassio Nunes, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), para a cadeira ocupada atualmente pelo decano do STF, Celso de Mello, que se aposenta na próxima semana.

LEIA MAIS: Senadores questionam exageros em currículo, e indicado por Bolsonaro ao STF defende lisura

Nunes é tido como garantista e conta no Supremo e no Congresso, respectivamente, com o respaldo de ministros e parlamentares críticos da Lava Jato.

Na solenidade no Planalto, sem citar o nome do desembargador, Bolsonaro fez uma defesa de suas indicações. “Quando eu indico qualquer pessoa para qualquer local, eu sei que é uma boa pessoa tendo em vista a quantidade de críticas que ela recebe da grande mídia”, ironizou.

O desembargador vai ser sabatinado pelo Senado no dia 21 de outubro e, se for aprovado, empossado a seguir como ministro do STF, a primeira indicação de Bolsonaro para a corte.

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