Cerca de 200 botijões de gás foram vendidos a R$ 35, metade do preço médio praticado, durante um protesto no bairro de Vila Rica, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A ação, realizada nesta quinta-feira (13), foi parte das mobilizações da greve nacional dos petroleiros.
A venda aconteceu por ordem de chegada. Cada pessoa teve direito a um vale para trocar um botijão vazio por um novo. Uma fila se formou na calçada e atraiu moradores de diferentes idades em busca da “promoção”. “O botijão a R$ 35, quando a gente paga normalmente R$ 70, é um bom preço”, disse o agricultor Severino da Silva Filho.
O artesão José Antônio da Silva também conseguiu ser um dos primeiros da fila e fazer a compra. “Geralmente, gasto um botijão e meio por mês. Para economizar, uso a panela de pressão. Esse preço ajudou demais”, afirmou.
O Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco e da Paraíba (Sindipetro-PE/PB), responsável pelo ato em Jaboatão, informou que a ação buscou chamar a atenção da população para os “preços abusivos do gás de cozinha”. Eles defendem que a política de preços do gás de cozinha seja subsidiada pelo governo federal.
Greve
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) apontou que a greve atingia 101 unidades da estatal em 13 estados do país, na quarta (12). No mesmo dia, a Petrobras afirmou que as unidades operavam “em condições adequadas de segurança, com reforço de equipes de contingência”, e que não havia impacto na produção.
A categoria cobra a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen) previstas para ocorrer no dia 14 de fevereiro. Segundo a FUP, as demissões devem afetar mais de mil famílias.
Os petroleiros também querem o estabelecimento de negociação com a Petrobras para cumprimento de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que, segundo a federação, vem sendo descumpridos. A FNP aponta ainda entre as reivindicações o fim da política de paridade de preços com o mercado internacional.
Em nota divulgada no início da greve, a Petrobras afirmou que o movimento é “descabido” e que tomou as providências necessárias para garantir a continuidade das atividades. De acordo com a estatal, todos os compromissos assumidos na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019-2020 vêm sendo integralmente cumpridos por parte da empresa.
“As justificativas são infundadas e não preenchem os requisitos legais para o exercício do direito de greve. Os compromissos pactuados entre as partes vêm sendo integralmente cumpridos pela Petrobras em todos os temas destacados pelos sindicatos”, afirmou a Petrobras.