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Brasil tem mais de 150 mil mortes por Covid-19

O número exato de mortes que o Brasil registra na tarde deste sábado é de 150.023, em meio a 5.073.483 de casos no total, incluindo as ocorrências não letais.

Brasil tem mais de 150 mil mortes por Covid-19

O histórico dos números mostra que, um mês e meio após sair do patamar de mil mortes diárias (um pico que se tornou um platô), o país ainda está registrando média de 600 mortes por dia, número ainda alto. — Foto:Reprodução

SÃO PAULO — O Brasil ultrapassou neste sábado (10) a marca de 150 mil mortes por Covid-19, num momento em que o pico da doença já está há um mês e meio em queda. O ritmo de redução, porém, é lento.

O número exato de mortes que o Brasil registra na tarde deste sábado é de 150.023, em meio a 5.073.483 de casos no total, incluindo as ocorrências não letais. O número foi levantado pelo consórcio de veículos de imprensa que realiza a contagem independente do número de mortos. Além do GLOBO e Extra, integram o consórcio G1, Folha de S.Paulo, O Estado de São Paulo e UOL.

O histórico dos números mostra que, um mês e meio após sair do patamar de mil mortes diárias (um pico que se tornou um platô), o país ainda está registrando média de 600 mortes por dia, número ainda alto.

— Vemos no Brasil uma evolução da epidemia muito semelhante à história natural da doença, e percebemos que não vai haver aqui uma queda abrupta da curva de mortes como vimos em outros países — afirma Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia. — A gente vai se arrastar nessa primeira onda de casos que parece não terminar nunca, até ela perder a força naturalmente ou até a gente ter uma vacina que resolva.

Uma preocupação dos médicos é que essa dificuldade em derrubar o número de mortes ocorre em um cenário no qual a maioria das grandes cidades do país já está em processo de reabertura da economia.

— Não existe aqui tem uma quantidade de exames adequada para o enfrentamento da pandemia e não existe uma estrategia de rastreamento de contatos como em outros países — afirma Chebabo, que aponta falta de liderança como um dos problemas. — A atuação do Ministério da Saúde é pífia.

Raquel Stucchi, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, diz se preocupar com o efeito de fadiga que as pessoas estão sentindo em manter medidas de contenção.

— Nós estamos há tanto tempo nisso que a gente acaba deixando de se impressionar e atá banalizando até os números — afirma Stucchi. — Mas nós não podemos nos acostumar com um número de 600 mortes por dia. E nós temos um período ainda longo de convivência com o novo coronavírus.

É possível ter uma medida de como a desaceleração da epidemia é demorada no Brasil, se dividirmos as 150 mil mortes em cinco etapas. A primeira etapa de 30 mil mortes levou 76 dias para se completar, mas as três seguintes se completaram em um mês cada uma. A última etapa não levou muito mais tempo para fechar: 41 dias.

O número de mortes, dizem os médicos, está subnotificado, o que é normal em alguma medida para novas epidemias. A SBI trabalha com um cenário em que cerca de 20% dos óbitos por Covid-19 não estão sendo atribuídos ao novo coronavírus.

Os especialistas consultados pelo GLOBO falam em deficiência ainda na realização de testes para confirmar o diagnóstico por Covid-19.

Prestação de contas

Na entrevista coletiva concedida sexta-feira por integrantes do Ministério da Saúde, a pasta afirmou ter distribuído 7,5 milhões de testes diagnósticos do tipo PCR, o padrão para diagnóstico de pacientes sintomáticos. Um sinal de que o número é pequeno é que o país já tem mais de 5 milhões de casos confirmados.

Não houve menção na entrevista ao número específico de mortes registradas pela doença. O secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, destacou os recuperados.

— O Ministério da Saúde apresenta o seu pesar pelas centenas de milhares de mortes decorrentes da Covid-19, ao mesmo tempo em que reforça a força do nosso sistema único de sáude com mais de 85% de recuperados dentre aqueles acometidos da Covid-19 — disse.

Questionado sobre a demora na queda do número de mortes, Franco não apontou motivo específico

— O decréscimo está sendo constante e está sendo estável — disse. — Isso indica que estamos resolvendo não totalmente o problema da doença, mas estamos conseguindo controlar os seus efeitos.

Especialistas consultados pelo GLOBO atribuem a queda no número de mortes por Covid-15 a medidas de distanciamanto social. Em alguns lugares, como Manaus (AM) médicos acreditam que a população que sobreviveu à doença está providenciando imunidade coletiva parcial agora.

Franco, porém, destaca outra causa como queda da mortalidade diária peLo novo coronavírus.

— Podemos destacar a região Sul, a gente já consegue observar um decréscimo na incidência de casos e também na incidência de óbitos, devido também ao tratamento precoce que está ocorrendo nesses estados — disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde.

Franco afirmou na coletiva que um componente do tratamento é a cloroquina, medicamento do qual já foram distribuídos 5,8 milhões de unidades pelo ministério. Apesar de o governo elencar trabalhos mostrando que a droga é eficaz, sociedades médicas criticam sua indicação no Brasil.

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