'não agrega conhecimento'

Candidatos reclamam de pergunta sobre ‘rei do camarote’ em concurso

Candidatos disputaram vagas na Câmara Municipal de Jundiaí. Para eles, tema é desnecessário e 'não agrega conhecimento'.

Candidatos reclamam de pergunta sobre 'rei do camarote' em concurso

Questões de um concurso público para a vaga de agente de serviços administrativos da Câmara de Jundiaí (SP) chamaram a atenção dos canditados por tratarem de temas “desnecessários”, segundo eles. A de número 18, por exemplo, trazia a pergunta sobre o nome do empresário que ficou conhecido como o “rei do camarote” (Alexander de Almeida).

Para a candidata Adriana Nolli Ruiz, a pergunta não se encaixa em uma prova de concurso público. “Achei totalmente desnecessária essa questão. Poderiam ter caído perguntas sobre o pré-sal, prisão dos mensaleiros, assuntos de repercussão na mídia, mas que têm relevância para as pessoas”, afirma.

Vanessa Scarpa, que também prestou o exame, diz ter ficado “chocada” quando viu a questão na prova. “É incabível a pergunta do rei do camarote, não agrega conhecimento nenhum para a vida das pessoas, a mídia foi quem criou esse homem. O assunto não é pertinente e eu nunca imaginei que veria uma pergunta dessa em uma prova de concurso, tanto que errei a resposta, já que esse assunto nunca me interessou”, conta.

Os candidatos também criticam outras questões, como a que perguntava a que times pertenciam os 17 torcedores que foram presos após se envolveram em uma briga no estádio, em Santa Catarina, durante a última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013.

Outra questão, sobre o local onde se acidentou o ex-piloto da Fórmula 1 Michael Schumacher, também foi alvo de críticas dos candidatos.

A reportagem do G1 entrou em contato com a empresa Makiyama, responsável pela elaboração do exame. Uma professora, que preferiu não se identificar, disse que os critérios utilizados para elaborar o conteúdo da prova são baseados em assuntos que tiveram grande repercussão na mídia em geral. “Perguntamos sobre eventos marcantes na parte social, que tiveram ampla divulgação pela imprensa nos dois últimos anos. Como foi o caso dessa pessoa aí [referindo-se ao ‘rei do camarote’]”, afirma, admitindo, entre risos, que também não sabe quem é o empresário tema da pergunta.

Segundo ela, a questão avalia satisfatoriamente o candidato. “É sinal que ele não está desinformado e o objetivo da prova é eleger os candidatos que estão antenados com os assuntos que o rodeiam”, diz.

A reportagem também entrou em contato com a assessoria de imprensa da Makiyama questionando sobre a prova, mas não teve retorno até a puplicação desta reportagem.

Processo licitatório
A Câmara Municipal de Jundiaí informou que a empresa responsável pela realização do concurso foi selecionada por meio de um processo licitatório. Segundo o presidente da comissão de concursos da Câmara, Fábio Nadal, o departamento não teve acesso ao conteúdo da prova e nem tem autonomia para determinar os temas a serem abordados.

Segundo ele, o concurso teve 8.300 candidatos para 20 vagas disponíveis. O cargo de agente de serviços administrativos tem salário de R$ 2.570.

Os candidatos que se sentiram lesados têm até esta sexta-feira (7) para entrar com recurso questionando o exame. Para isso, o interessado deve acessar o site da empresa que organizou o exame e enviar uma mensagem pelo link “fale conosco”.

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