corrupção na petrobras

Em reunião fechada, CPI discutirá hoje lista de investigados pela Kroll

Integrantes da CPI da Petrobras pretendem exigir, em reunião marcada para esta terça-feira (16) com executivos da Kroll, que a […]

Integrantes da CPI da Petrobras pretendem exigir, em reunião marcada para esta terça-feira (16) com executivos da Kroll, que a consultoria apresente a lista de pessoas que serão investigadas por suspeita de manter, no exterior, contas bancárias com recursos desviados da estatal brasileira.

A empresa foi contratada no final de março pela Câmara, pelo valor aproximado de R$ 1,068 milhão (o preço original é de quase 226 mil libras esterlinas), para analisar dados sigilosos obtidos pela comissão parlamentar de inquérito que apura o escândalo de corrupção na Petrobras.

Parlamentares questionam os objetivos da contratação da Kroll e reclamam da falta de informações sobre as atuação da empresa. O encontro entre deputados e executivos será a portas fechadas. A deputada Eliziane Gama (PPS-MA), integrante titular da CPI, diz que vai pedir a lista de investigados, para assegurar que a apuração atinja suspeitos de todos os partidos.

“Precisamos entender qual é o objetivo da Kroll, quais nomes foram escolhidos e por que. Em que se baseou esse plano de investigação? Quais valores serão aplicados? Enfim, há vários questionamentos a fazer. A CPI precisa focar em todos os partidos citados, em todas as empresas citadas e indiciadas, senão ela pode estar sendo direcionada. E nós não vamos aceitar”, afirmou.

O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), que também é membro da comissão, também reforça o coro de é preciso haver mais transparência nas ações da Kroll. “Vou questionar a definição de nomes a serem investigados”, disse o tucano. O contrato da empresa com a Câmara é sigiloso e somente parlamentares podem ter acesso. Deputados ouvidos pelo G1 disseram que o documento é vago e não especifica as ações e objetivos de forma clara.

O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou no final de maio que a Kroll apresentará aos deputados, na reunião desta terça, um “plano investigativo”. Segundo ele, a partir desse plano, haverá novas fases de apuração, que custarão mais dinheiro à Câmara. 

“O trabalho que foi pago à Kroll é um trabalho que constitui duas primeiras fases. As outras fases subsequentes da investigação deverão ser novamente custeadas pela Câmara. Não se chama aditivo, é uma continuação da contratação”, disse.

A Kroll foi alvo de investigação da Polícia Federal em 2004. O banqueiro Daniel Dantas foi acusado de contratar a empresa para espionar executivos da Telecom Itália. Na época, Dantas negou a contratação da empresa para a realização de interceptação telefônica de adversários empresariais e membros do governo. Ele foi absolvido pela Justiça da denúncia de formação de quadrilha.

A assessoria de comunicação do banco Opportunity, por meio de nota enviada ao G1, informou que Daniel Dantas foi alvo de “denúncia armada” ao ser acusado de que “estaria ‘espionando’ a Telecom Itália e o alto escalão do governo Lula”. O banco também reafirmou que Dantas foi absolvido de denúncias no Brasil e considerado “vítima” em processos de investigação na Itália.

Audiência
A CPI da Petrobras também vai ouvir, a partir das 9h30 desta terça, o ex-presidente do Conselho Administrativo da Sete Brasil Newton Carneiro Cunha e o ex-presidente da empresa João Carlos de Medeiros Ferraz.

Criada em 2010 para fornecer as sondas que a estatal brasileira usaria na exploração do petróleo em águas profundas, a Sete Brasil é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de pagar propina a funcionários da Petrobras, entre os quais o ex-diretor de Serviços Renato Duque e o ex-gerente da área Pedro Barusco. A empresa tem contratos de mais de R$ 20 bilhões com a Petrobras para a contratação de sondas de perfuração.

Em depoimento à CPI da Petrobras em maio, o atual presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, afirmou que auditorias externas encomendadas pela empresa após a deflagração da Operação Lava Jato não detectaram irregularidades nos contratos firmados pela companhia com a estatal do petróleo.

“A partir da divulgação da Lava Jato, contratamos alguns escritórios e empresas especializadas para fazer uma auditoria completa. E não foi encontrada nenhuma irregularidade nos contratos da Sete através de auditorias externas e de outros escritórios de advocacia”, declarou Carneiro aos deputados que integram a CPI em depoimento na condição de testemunha.

Para o presidente da Sete Brasil, a empresa é vítima do esquema de corrupção. Ele ressalta que teria ocorrido o envolvimento de pessoas, e não da companhia em si. “Na minha opinião, a Sete Brasil não teve envolvimento nesta corrupção. Pessoas da Sete Brasil que ocupavam posições de diretoria se envolveram, mas não a Sete Brasil, nada há dentro dos contratos”, afirmou.

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