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Governo Bolsonaro anuncia demissão do presidente do INSS

O governo vem enfrentando uma série de problemas na concessão de benefícios previdenciários.

Governo Bolsonaro anuncia demissão do presidente do INSS

Questionado sobre eventual ligação da demissão com as filas de espera na concessão de benefícios do INSS, o secretário respondeu que a saída se deu por razões particulares. — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, anunciou nesta terça-feira (28) a demissão do presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Renato Vieira.

Em seu lugar, assumirá Leonardo Rolim, que hoje ocupa a secretaria de Previdência, órgão sob o guarda-chuva da secretaria especial comandada por Marinho.
“Hoje tivemos uma conversa com o presidente Renato Vieira, e ele consolidou sua posição de sair do INSS, a pedido. Foi uma conversa amadurecida ao longo dos últimos 15 dias. O Renato acha que precisa se dedicar a seus projetos e nós aceitamos sua demissão”, disse.

Questionado sobre eventual ligação da demissão com as filas de espera na concessão de benefícios do INSS, o secretário respondeu que a saída se deu por razões particulares.

Técnicos do Ministério da Economia que acompanharam as conversas afirmam que não é possível vincular a saída de Vieira aos problemas no órgão. A avaliação é de que ele cumpria bem seu papel e que, sob sua gestão, o INSS conseguiu acelerar a análise de benefícios mesmo com número menor de servidores. A fila de requerimentos vem reduzindo lentamente desde julho do ano passado.

Segundo Marinho, Rolim conhece de perto o trabalho do INSS e não haverá comprometimento na atuação do órgão. “A ideia é que não haja descontinuidade no trabalho e tenhamos oxigenação nesse processo”, disse.

O governo vem enfrentando uma série de problemas na concessão de benefícios previdenciários.

Atualmente, a fila de espera no INSS é de 1,3 milhão. Esse é o estoque de requerimentos de benefícios que não foram respondidos dentro do prazo legal -45 dias. Em julho do ano passado, a demora atingia 1,7 milhão de pedidos.

Para tentar resolver o problema, o governo anunciou, há duas semanas, uma força-tarefa. A estratégia prevê que militares da reserva integrem o plano de ação contra a fila de espera.

Nesta terça-feira, o ministério disse que haverá um novo componente para a ação. O presidente Jair Bolsonaro vai editar uma Medida Provisória para também autorizar civis a atuarem no INSS.

O objetivo é lançar um edital de seleção voltado a servidores aposentados do órgão. O pagamento será similar ao dos militares -um complemento de 30% sobre o valor da remuneração (limitado a R$ 2 mil), no caso de atendimento em agências. Para os que ficarem com análise de requerimentos, será pago bônus de R$ 57,50 por processo analisado.

A decisão de ampliar o escopo da ação foi tomada após alerta do TCU (Tribunal de Contas da União) de que a força-tarefa não poderia ser limitada apenas aos militares.De acordo com o secretário, a necessidade do órgão ainda é de um efetivo de 7.000 pessoas. Essas vagas agora serão distribuídas entre militares e civis. O custo mensal estimado é de R$ 13 milhões a R$ 15 milhões.

A expectativa do governo é que todos os postos estejam ocupados em até quatro meses. A partir dessa etapa, serão necessários mais seis meses para zerar a fila de pedidos em atraso.

“A ideia é que possamos resgatar uma parte desses funcionários para que eles possam nos ajudar a dar velocidade de concessão dos benefícios que estão hoje empoçados. É uma medida que está pronta para ser assinada”, disse Marinho.

Desde 2018, A CGU (Controladoria-Geral da União) faz alertas sobre a fila de espera no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O INSS Digital começou a ser implementado gradualmente a partir de 2017. O uso da plataforma buscou criar um fluxo de atendimento à população fora da agência da Previdência Social e, ao mesmo tempo, evitar atrasos diante da diminuição do número de servidores.

Neste mês, o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, afirmou que a digitalização parcial de serviços fez a fila aumentar.

Segundo o ministério, com a facilidade de acesso, o INSS passou a receber uma média de 264 mil requerimentos a mais por mês. Além disso, houve demora e falhas técnicas na adaptação dos sistemas às novas regras de aposentadoria.

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