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Governo diz que parecer de empresa prevê estender validade de testes de Covid em estoque por 12 meses

Segundo o secretário de vigilância à saúde, Arnaldo Medeiros, a pasta vai verificar agora como fazer o pedido para estender o prazo de uso dos produtos.

Governo diz que parecer de empresa prevê estender validade de testes de Covid em estoque por 12 meses

Essa ampliação está prevista em parecer da empresa fabricante dos exames, afirma o governo. — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — Representantes do Ministério da Saúde disseram nesta quarta-feira (25) que é possível estender a validade, por mais 12 meses, de 6,8 milhões de testes contra Covid-19 que estão em estoque e venceriam em janeiro de 2021.

Essa ampliação está prevista em parecer da empresa fabricante dos exames, afirma o governo. O aval, porém, depende de análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que alega não ter recebido nenhum pedido até o momento.

Segundo o secretário de vigilância à saúde, Arnaldo Medeiros, a pasta vai verificar agora como fazer o pedido para estender o prazo de uso dos produtos.

A declaração ocorreu em audiência na Câmara dos Deputados sobre a manutenção, por parte do Ministério da Saúde, de 7 milhões de testes contra Covid-19 em um estoque em Guarulhos.

Representantes da pasta admitiram o problema, mas alegaram que o prazo de expiração dos testes foi dada de forma “cartorial” pela Anvisa e não corresponde à validade real dos produtos.

De acordo com Correia, embora a embalagem apresente validade até essa data, a data interna de vencimento dos insumos varia entre outubro de 2021 a abril de 2023.

Ele atribuiu a responsabilidade pela definição das datas à Anvisa, que concedeu registro aos produtos, cuja validade varia de seis a oito meses.

“O primeiro prazo da Anvisa tinha um caráter meio provisório, dado por uma situação emergencial”, disse Correia. “Verificamos que em todos os outros locais [países] o prazo de validade é em torno de 13 meses.”

A diretora da Anvisa Cristiane Jourdan, no entanto, contestou a afirmação na audiência e disse que as datas de validade foram definidas pela própria empresa que forneceu os produtos, e não pela Anvisa.

O prazo, aponta, leva em consideração estudos de estabilidade que são “determinantes da qualidade dos produtos” e do tempo possível de uso.

“A perda de qualidade pode causar resultados falso positivos e falso negativos”, disse Jourdan, segundo quem a agência aguarda o pedido para análise do caso.

Os testes foram adquiridos pelo Ministério da Saúde em abril, por meio de intermediação da Opas (Organização Panamericana de Saúde), que entrou no processo devido à escassez desses produtos no mercado.

Ao todo, foram adquridos 10 milhões de testes, em contrato com a empresa Seegene. Desse total, porém, quase 7 milhões continuam em estoque.

Questionado sobre o que levou a um estoque tão grande, o ministério afirmou que a distribuição ocorre por demanda de estados e municípios.

Já representantes das secretarias estaduais de Saúde dizem ter alertado o ministério diversas vezes sobre a falta de insumos extras, como instrumentos de coleta e reagentes, o que impedia que os testes fossem usados.

“Isso vinha trazendo dificuldade aos estados. O grande problema é que os insumos de amplificação estavam disponíveis, e nós enfrentando grandes problemas no abastecimento de tubos e swabs”, disse Leonardo Vilela, do Conass, conselho que representa gestores estaduais.

Segundo ele, a situação foi normalizada em agosto, mas corre risco de ter novos problema após o ministério suspender um contrato para fornecimento de insumos e equipamentos.

“Nos próximos meses podemos ter uma demanda aumentada de testes do tipo RT-PCR [considerado padrão ouro para idenficar a infecção aguda] e não temos como atender a essa demanda porque esses contratos foram cancelados”, afirma. “Temos hoje dez vezes mais kits de amplificação do que de extração”, diz, sobre reagentes necessários para uso dos testes.

O diretor do departamento de logística do ministério, Roberto Dias, disse que o processo de aquisição de insumos extras ocorreu por problemas no contrato e que há previsão de um novo pregão em dez dias.

Ainda de acordo com Vilela, além dos cerca de 7 milhões de testes em estoque no ministério, informações preliminares apontam que há cerca de 600 mil testes com validade até janeiro de posse dos estados. A quantidade, porém, atende à demanda de uso das próximas semanas, afirma.

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