Detido

João de Deus é transferido para hospital e segue sendo monitorado por agentes prisionais

Detido desde dezembro do ano passado, João de Deus é acusado de crimes sexuais durante atendimentos espirituais, os quais sempre negou.

João de Deus é transferido para hospital e segue sendo monitorado por agentes prisionais

João de Deus está no quarto 407, que é isolado e tem 20 metros quadrados. — Foto:Reprodução

Transferido para um hospital de Goiânia por determinação da Justiça, João de Deus segue, durante sua internação, as mesmas regras do Núcleo de Custódia, onde estava preso até então. Segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), ele é monitorado por agentes prisionais 24h por dia e só poderá receber visitas uma vez por semana.

Detido desde dezembro do ano passado, João de Deus é acusado de crimes sexuais durante atendimentos espirituais, os quais sempre negou. Devido a um aneurisma na aorta do abdômen, foi transferido ao Instituto de Neurologia de Goiânia na noite de sexta-feira (22), após decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro.

Conforme a DGAP, seguindo o mesmo regime do presídio, João de Deus só pode ser visitado às quintas-feiras, no horário entre 8h e 10h. A exceção é para advogados, que podem vê-lo sempre que acharem necessário.

Somente parentes de primeiro grau já registrados no sistema prisional pode visitá-lo, salvo outros casos decorrentes de determinação judicial.

Além disso, o médium é monitorado no quarto 24h por dia por agentes prisionais. O número de servidores e o modo como atuam não é revelado por questões de segurança.

A defesa de João de Deus informou, no sábado (23), que ele estava passando por exames, mas não especificou quais.

No mesmo dia, o médico Alberto Las Casas também não passou a informação e disse que o hospital não tem autorização para divulgar o estado de saúde e o tratamento do paciente. Anteriormente, o cardiologista havia alertado que o médium corre risco de sofrer uma “morte súbita” em decorrência do aneurisma.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do hospital, às 9h15 desta segunda-feira (25), por mensagem de texto, e aguarda retorno.

João de Deus está no quarto 407, que é isolado e tem 20 metros quadrados. Imagens da TV Anhanguera mostram que o espaço conta com antessala, televisão, frigobar, banheiro privativo e aparelho de ar-condicionado.

Transferência

Conforme a decisão do ministro, o tratamento deve ser de até quatro semanas e a unidade precisa informar sobre qualquer sinal de melhora do paciente. O documento também determina que, para evitar possibilidade de fuga, o médium precisa ser acompanhado por escolta policial no hospital.

De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), “durante a internação, o custodiado estará sob vigilância ininterrupta de servidores penitenciários” e ele não deve usar tornozeleira eletrônica.

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) informou que vai questionar essa transferência do médium para o hospital. De acordo com o órgão, um perito ou médico público deve avaliar a situação já que, segundo os laudos feitos por profissionais do sistema carcerário, não havia necessidade da internação.

Laudos médicos

Segundo o cardiologista que elaborou o laudo, o paciente possui um aneurisma na aorta, de 2,5 centímetros, diagnosticado em exames feitos quando o preso deixou a penitenciária no dia 2 de janeiro, ao se sentir mal. João de Deus também apresentou pressão alta quando foi avaliado – 18 por 10 -, além de indícios de trombose.

Laudos médicos pedidos pela defesa do médium também apontam que ele perdeu 17 kg desde que foi detido e que “sua saúde tem piorado apesar da boa vontade dos funcionários do Núcleo de Custódia”, onde está detido. O documento detalha que João de Deus “passa a maior parte do tempo deitado, sem ânimo para nada”, além de dormir mal e chorar com frequência.

O psiquiatra Leo de Souza Machado, que assinou a avaliação psiquiátrica, afirmou no documento que o preso apresenta “prejuízo em domínio de memória e atenção e linguagem” e o diagnosticou com transtorno depressivo grave.

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