O governo conseguiu na Justiça a liberação das rodovias federais em 11 estados. Porém, nesta quinta-feira (26), os caminhoneiros mantêm bloqueios em seis deles: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Sindicatos e associações aceitaram os termos do acordo proposto pelo governo na noite desta quarta-feira para acabar com os bloqueios. Entretanto, o acordo não contou com o apoio de Ivar Luiz Schmidt, que se diz representante do Comando Nacional do Transporte, que segundo ele é responsável por cerca de 100 bloqueios nas estradas.
Ao todo, oito estados registram protestos. Em Cabo Frio, no Rio, caminhoneiros fazem manifestação em frente a uma refinaria de sal contra o valor do frete. Em Goiás, houve interdição na BR-364, em Mineiros, que deve ser retomada à tarde.
Em Minas Gerais, caminhões fecharam um trecho da BR-050 por cerca de três horas pela manhã, mas o bloqueio já foi encerrado. No Ceará, os motoristas decidiram interromper o bloqueio da BR-116 após serem notificados pela Justiça.
A categoria protesta contra o aumento do preço do litro do óleo diesel e o valor pago pelos frentes, que considera baixo.
Decisões judiciais
Divulgadas entre terça e quarta-feira, decisões judiciais impedem os motoristas de fecharem todas as rodovias federais de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Ceará, e em 14 municípios de outros cinco estados – Paraná, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Como as determinações se referem apenas às rodovias federais, em alguns estados os caminhoneiros têm mantido fechados trechos de estradas estaduais. Há ainda manifestantes que decidiram continuar parados alegando que não foram notificados ou que o grupo que fechou acordo com o governo nesta quarta-feira (25) não tem legitimidade. A liderança do movimento não é centralizada.
Negociação
Para chegar a um acordo com a categoria, o governo se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, aprovada pela Câmara no dia 11, e a não reajustar o preço do diesel nos próximos seis meses.
Em contrapartida, o governo exige a liberação imediata de todas as estradas com bloqueio no país. Em uma semana de mobilização nacional, já foram registradas paralisações de caminhoneiros em 14 estados.