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Justiça nega habeas corpus para suspeito foragido de ataque ao Porta dos Fundos

Segundo Piñeiro Filho, não é verdade que a ação demonstrou apenas "a nítida intenção de causar dano patrimonial" à produtora responsável por um especial exibido pelo Netflix em que Jesus é gay.

Justiça nega habeas corpus para suspeito foragido de ataque ao Porta dos Fundos

O desembargador também questionou o argumento da defesa de que o guarda particular estava protegido por uma guarita distante do local incendiado e, logo, protegido de qualquer risco. — Foto:Reprodução

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, que já confessou ter participado do ataque à sede do Porta dos Fundos na véspera do Natal, teve um pedido de habeas corpus negado pela Justiça do Rio de Janeiro.

Foragido na Rússia e na lista de procurados da Interpol, ele havia pedido, por meio de seus advogados, a suspensão de um mandado de prisão temporária expedido contra ele no dia 30 de dezembro. Um dia antes, ele voou para Moscou. Nunca voltou ao Brasil.

O desembargador José Muitos Piñeiro Filho, da 6ª Câmara Criminal, decidiu nesta quarta (29) rejeitar o argumento da defesa de Fauzi de que o atentado não foi uma tentativa de homicídio e, portanto, não caberia uma prisão temporária.

Segundo Piñeiro Filho, não é verdade que a ação demonstrou apenas “a nítida intenção de causar dano patrimonial” à produtora responsável por um especial exibido pelo Netflix em que Jesus é gay. 

Havia, na noite do crime, um vigilante no endereço atingido por dois coquetéis molotov. Ele não se feriu.

Para o magistrado, não é possível admitir, “ao menos por ora, que arremessar artefatos que produzem fogo ou mesmo explosão […] seja comparado ao dano patrimonial cometido, por exemplo, pelos adolescentes que insatisfeitos com o comportamento da ‘senhorinha’ que se apropriou da bola de futebol que caiu em seu quintal, atrapalhando a sua sesta diária e, por isso, resolveram se vingar atirando pedras nos vidros da janela”. 

O desembargador também questionou o argumento da defesa de que o guarda particular estava protegido por uma guarita distante do local incendiado e, logo, protegido de qualquer risco. 

Não dá para cravar isso, até porque a foto apresentada por investigadores “não indica se tratar de uma guarita”, diz Piñeiro Filho em sua decisão. 

Sem afastar a possibilidade de “intenção homicida”, ele determina, portanto, que o mandado de prisão continue válido.

Os advogados de Fauzi dizem que a ordem judicial só não foi cumprida porque o cliente deles está em viagem ao exterior e só ficou sabendo do mandado contra ele por canais de televisão, que teriam noticiado equivocadamente uma possível fuga.

Na semana passada, o empresário afirmou estar escrevendo um livro sobre seu papel no episódio terrorista, que definiu como “belo, justo e moral”, e já admite a possibilidade de ficar na Rússia.

Ele tem um filho nascido em Israel e que mora na Rússia com a mãe: Misha, 4.  Fauzi pediu asilo político ao governo russo. Ainda não teve resposta.

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