Protestos

Manifestantes vão às ruas pelo país em atos contra Bolsonaro

Manifestações contra o presidente da República convocadas pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e pelo VPR (Vem Pra Rua) ocorrem em diferentes capitais do país neste domingo (12).

Manifestantes vão às ruas pelo país em atos contra Bolsonaro

Manifestante levanta cartaz pela terceira via em protesto na avenida Paulista, em São Paulo. — Foto:Lucas Brêda/Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro convocadas pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e pelo VPR (Vem Pra Rua) ocorrem em diferentes capitais do país neste domingo (12), com adesões na oposição para além da direita. Pela manhã, houve atos no Rio e em Belo Horizonte e, à tarde, em São Paulo, com adesão ainda tímida, inferior à da mobilização bolsonarista no 7 de Setembro.

Foram previstas passeatas em 15 capitais, com foco especial dos mobilizadores para as cidades que tiveram grandes multidões na terça-feira passada, com as manifestações bolsonaristas do 7 de Setembro, que incluíram bandeiras antidemocráticas e discursos autoritários de Bolsonaro.

Apesar da adesão de alguns partidos e grupos de esquerda, a principal resistência se dá no PT, que guarda mágoas com os dois grupos organizadores pelos protestos em favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e se incomodaram com o mote “nem Bolsonaro nem Lula”, depois atenuado, na divulgação dos novos atos.

SÃO PAULO

A manifestação convocada pelo MBL e pelo VPR começou com um público menor do que o dos outros protestos realizados contra o presidente na avenida Paulista.

A maior concentração ocorre na esquina da avenida Paulista com a alameda Casa Branca, ao lado do Masp, na frente do carro de som do MBL.

Os manifestantes, porém, não chegavam a ocupar metade de um quarteirão.

A Paulista ficou completamente fechada para os carros, com o bloqueio de suas duas pistas, entre a rua Augusta e a alameda Campinas.

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou no início da tarde que irá à manifestação.
“Eu estarei presente. Sou brasileiro, democrata, e não importa em que circunstância, estarei sempre ao lado da verdade, ao lado da verdadeira bandeira brasileira e dos valores que nos movem em defesa da democracia”, disse o tucano em coletiva de imprensa na sede do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar de SP).

Aliás, hoje a Paulista estará com as bandeiras certas, as que promovem e defendem a democracia, os valores de um país e ao mesmo tempo as instituições e a vacina [contra a Covid-19].”

“Hoje não teremos na Paulista pessoas que defendem corrupção, rachadinha, milícia, negacionismo, a ditadura, a incompetência, o populismo e a demagogia.”

RIO DE JANEIRO

Com a execução do hino nacional, o ato convocado contra Bolsonaro na orla de Copacabana neste domingo, no Rio, terminou por volta das 13h.

Organizada por grupos que apoiaram a candidatura de Bolsonaro em 2018 e posteriormente se afastaram do presidente, a manifestação foi marcada pela pluralidade de bandeiras, que reuniu de movimentos liberais como o MBL e o VPR a partidos e organizações de esquerda, como o PDT, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

Nem a Polícia Militar nem os organizadores divulgaram estimativa de público, mas a presença foi visivelmente menor do que a registrada no ato pró-Bolsonaro do último dia 7, também na orla carioca.

Em carros de som, representantes das entidades participantes se alternaram em discursos contra o presidente, chamado, entre outros adjetivos, de “corrupto”, “traidor”, “quadrilheiro” e “miliciano”.

Também houve críticas à política econômica de Paulo Guedes, chamado de “pseudoliberal”, e à atuação de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados e responsável pela abertura de um eventual processo de impeachment na Casa.

Predominantemente vestidos de branco, manifestantes condenaram as ameaças de Bolsonaro ao STF, fizeram críticas à ditadura militar e menções à memória do ex-deputado federal Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Constituinte que promulgou a Constituição de 1988.

“Foi um ato democrático”, diz Cadu Moraes, coordenador do MBL no Rio. “Nós temos uma pauta de direita, liberal, e abrimos espaço para movimentos como PC do B, Acredito, Livres, UJS (União da Juventude Socialista). Todos foram bem-vindos porque a pauta é única: ‘Fora, Bolsonaro’.”

Apesar do mote “Nem Lula nem Bolsonaro”, lido nas camisas do Vem pra Rua, não houve consenso entre manifestantes sobre a condenação à Lula, cujo rosto era visto em camisas à venda por ambulantes na orla.

Em discurso, o secretário municipal de Governo e Integridade Pública do Rio e deputado federal licenciado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) recusou a comparação.

“Não me venham com falsa simetria. Eu não aceito dizer que o governo do PT foi igual. É mentira. Estivemos em campos opostos, mas todos jogaram a bola da democracia”, disse. “Nós não aceitamos esses fascistas, nós não aceitamos esses neo-nazistas”, afirmou.

BELO HORIZONTE

Apesar de reconhecer que a presença de público não foi “das maiores”, Claudio Pereira, coordenador do MBL em Minas Gerais, considerou positivo o ato na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.

“A manifestação fez o que se propôs. É a primeira de muitas que vão acontecer e cada vez maiores, à medida que as pessoas forem se engajando e perdendo o medo de se manifestar, direita e esquerda”, diz. Além de lideranças do MBL e do Acredito, também discursaram em Belo Horizonte parlamentares de partidos como Novo e Rede.

Os organizadores pediram que os manifestantes não trouxessem bandeiras e faixas de partidos. Segundo Pereira, apenas o PDT não seguiu a recomendação.

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