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Moro é ‘ícone do Brasil’, diz Bolsonaro um dia após derrota do ministro no Congresso

A derrota de Moro e do governo Bolsonaro, que evidenciou novamente a fragilidade na articulação política do Planalto com o Congresso, ocorreu pela pressão de parte do centrão e pela oposição

Moro é 'ícone do Brasil', diz Bolsonaro um dia após derrota do ministro no Congresso

O Ministro da Justiça Sérgio Moro durante solenidade de Outorga do Diploma de Mérito Coaf no Centro Empresarial CNC em Brasília (DF), nesta quinta-feira (9) — Foto:Fátima Meira/Futura Press/Folhapress

Um dia após a derrota do ministro da Justiça, o ex-juiz Sergio Moro, que teve o Coaf retirado de sua responsabilidade, o presidente Jair Bolsonaro o chamou de “ícone do Brasil”.

O elogio foi feito nesta sexta-feira (10) em Foz do Iguaçu (PR), onde Bolsonaro inaugurou a pedra fundamental da ponte que será construída por Itaipu sobre o rio Paraná, ligando o Brasil ao Paraguai. A nova passagem será uma alternativa à Ponte Internacional da Amizade para desafogar o transporte de cargas, demanda antiga da região.

Moro acompanhou Bolsonaro, mas não ocupou lugar no palco montado e tampouco discursou. Também estiveram presentes ministros militares como o almirante Bento Albuquerque (Minas e Energia) e o general Augusto Heleno (GSI), chamado no evento de “grande conselheiro”.

Questionado sobre os ataques do escritor Olavo de Carvalho aos militares do governo, o general Joaquim Silva e Luna, diretor-geral brasileiro de Itaipu indicado por Bolsonaro, não quis comentar.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, também esteve presente na solenidade, realizada no Marco das Três Fronteiras. O local fica na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Marito, como é conhecido, é filho de Mario Abdo, que foi secretário particular de Alfredo Stroessner (1912-2006), ditador militar mais longevo da América Latina.
Stroessner ficou no poder por 35 anos, de 1954 a 1989, e morreu no Brasil em 2006 sem ser punido pelos crimes da ditadura.

Esta é a quinta vez que Bolsonaro e Marito se encontram. Em fevereiro, para a troca de comando da usina binacional de Itaipu, Bolsonaro elogiou Stroessner, a quem chamou de “um homem de visão” e “estadista”.

“Se no passado os presidentes faziam grandes obras, no presente os militares são paraquedistas. Talvez por estarmos mais perto das nuvens do que os outros, nossos sonhos sejam os melhores”, disse Bolsonaro.

Tanto Marito como o presidente brasileiro são militares da reserva e atuaram como paraquedistas.

“Estou orgulhoso dos valores democráticos que dividimos, o princípio e os valores vão muito além do momento conjuntural”, afirmou Marito.

A obra do lado brasileiro será custeada por Itaipu e custará R$ 463 milhões, de acordo com o órgão comandado pelo general Silva e Luna.

“Empregar recursos públicos é uma arte que exige responsabilidade, metas, planejamento e entregas. Ninguém inaugura mais promessas”, disse Luna. O general mencionou os caminhoneiros como principais beneficiados, além dos moradores de Presidente Franco, no Paraguai, e Foz do Iguaçu, no Brasil.

A derrota de Moro e do governo Bolsonaro, que evidenciou novamente a fragilidade na articulação política do Planalto com o Congresso, ocorreu pela pressão de parte do centrão e pela oposição.

Criado em 1998, o Coaf é um órgão de inteligência financeira que investiga operações suspeitas.

O Coaf recebe informações de setores que são obrigados por lei a informar transações suspeitas de lavagem de dinheiro, como bancos e corretoras. O conselho analisa amostras desses informes e, se detectar suspeita de crime, encaminha o caso para o Ministério Público.

Durante a crise do Mensalão, ofícios do Coaf entregues à CPI dos Correios indicaram, por exemplo, grande volume de saques em espécie por parte da SMPB, empresa de Marcos Valério, o operador que abasteceu o esquema de pagamentos a políticos da base do governo petista.

Mais recentemente, o Coaf identificou movimentações atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). De acordo com o órgão, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016 ao mesmo mês de 2017 -entraram em sua conta R$ 605 mil e saíram cerca de R$ 600 mil. A quantia foi considerada incompatível com o patrimônio do ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

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