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Mourão diz que posição do governo é pelo isolamento social

Vice-presidente afirma que Bolsonaro pode ter se expressado mal em seu pronunciamento

Mourão diz que posição do governo é pelo isolamento social

Vice-presidente Hamilton Mourão — Foto:Bruno Batista/Vice-Presidêcia / Agência O Globo

BRASÍLIA — O vice-presidente Hamilton Mourãon (PRTB) afirmou, nesta quarta-feira, que a posição do governo é de defesa do isolamento social no combate ao novo coronavírus. Em pronunciamento em rede nacional na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu a retomada de atividades comerciais e volta às aulas. Questionado sobre o tema, Mourão afirmou que Bolsonaro pode ter se expressado mal. Novo boletim sobre a disseminação da Covid-19 registrou 2433 casos confirmados e 57 mortos.

— A posição do governo por enquanto é uma só, a posição do governo é o isolamento e o distanciamento social. Está sendo discutido e ontem o presidente buscou colocar, pode ser que tenha se expressado de uma forma que não foi a melhor, mas o que ele buscou colocar é a preocupação que todos nós temos com a segunda onda. Temos a primeira onda, que é a saúde, e a segunda que é a questão econômica — afirmou Mourão.

— Existe uma discussão no mundo entre o isolamento horizontal e o isolamento vertical que são pessoas que pertencem ao grupo de risco e as que têm convívio com elas. A minha visão por enquanto é que temos que terminar esse período que estamos em isolamento para que haja calibragem da forma como está avançando a epidemia no país e, a partir daí, se possa gradativamente ir liberando as pessoas dentro de atividades essenciais para que a vida vegetativa do país prossiga.

O vice-presidente minimizou os atritos de Bolsonaro com os governadores e defendeu a união de todos os agentes públicos no combate ao novo coronavírus.

— A questão entre governadores e o presidente da república faz parte da política e ela muitas vezes nos coloca em pólos opostos. Existe um ambiente de cooperação entre governos estaduais e federais, porque temos que estar unidos para vencer essa epidemia com menor dano possível à população.

Durante a coletiva, o vice-presidente tentou minimizar a postura adotada por Bolsonaro, afirmando que a fala do presidente está dentro da política que foi traçada pelo Ministério da Saúde. Mourão argumentou que Bolsonaro se preocupa com o desabastecimento do país.

— É a forma como o presidente Bolsonaro trabalha, agora ele tem essa preocupação enorme com o verdadeiro desmantelamento da economia e em consequência das pessoas que vivem nas áreas mais pobres do nosso país e da noite para o dia, mesmo que o governo coloque R$ 100, R$ 200 R$ 300 na mão dessa pessoa, ela chegar ao supermercado e não ter o que comprar porque não está sendo produzido nada.

Nesta quinta-feira está prevista uma reunião entre a Casa Civil e os governos estaduais para alinhar os diferentes decretos publicados em relação ao combate ao novo coronavírus. Segundo Mourão, o encontro foi um pedido dos próprios governadores. Mourão afirmou que o governo pretende instalar postos avançados de saúde na região. A iniciativa pretende impedir o ingresso de pessoas que venham de países fronteiriços e possam efetuar o contágio da população local.
 
Conselho da Amazônia

Mourão, que está à frente do Conselho da Amazônia, apresentou em videoconferência seu plano de ação para a região da Amazônia. Outros 14 ministros compõem o grupo. O conselho foi instituído para dar uma resposta à crise na região, quando o desmatamento atingiu recorde de 29,5% em relação ao ano anterior e as queimadas na floresta. O grupo ativou o Gabinete de Prevenção e Combate ao Desmatamento e às queimadas, que ficará subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Mourão falou ainda sobre a reativação do Fundo Amazônia. No ano passado, a Noruega suspendeu o repasse de R$ 133 milhões destinados ao fundo após discordâncias com a intenção do governo brasileiro de alterar a composição dos conselhos que monitoram esse financiamento. O Fundo Amazônia foi criado em 2008 por Alemanha, Brasil e Noruega para receber doações a projetos de conservação e do uso sustentável de florestas, prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento em solo amazônico.  

— Precisamos de financiamento em um momento onde grande parte dos recursos do Estado brasileiro estão voltados para a região mais populosa. Então essa busca do financiamento para destravar o fundo que ficou travado no ano passado. Vamos avançar no diálogo com os governos da Alemanha e da Noruega e reativação plena do Fundo Amazônia para que a gente possa ter acesso pleno a esses recursos — afirmou.

Embora tenha convocado uma coletiva de imprensa, o vice-presidente Hamilton Mourão não respondeu às perguntas dos jornalistas presencialmente, mas por meio de uma vídeoconferência. Foi montada uma sala onde cerca de 20 jornalistas e cinegrafistas acompanhavam a fala de Mourão e aguardavam para fazer perguntas. Para a coletiva sem a presença do vice-presente, a assessoria colocou as cadeiras a uma distância de pouco mais de um metro. No intervalo entre uma pergunta e outra o microfone era higienizado.

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