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Mourão reforça posição do comandante do Exército e diz que Forças Armadas devem ficar fora da política

"Política não pode estar dentro do quartel. Se entra política pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pela porta dos fundos", disse o vice-presidente.

Mourão reforça posição do comandante do Exército e diz que Forças Armadas devem ficar fora da política

O vice-presidente foi também questionado sobre as declarações de Pujol afirmando que o Exército enfrenta dificuldades financeiras e que atualmente é um dos "menores do mundo". — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — O vice-presidente Hamilton Mourão fez coro às declarações do comandante do Exército, Edson Leal Pujol, no sentido de que as Forças Armadas não devem se envolver com política.

“Política não pode estar dentro do quartel. Se entra política pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pela porta dos fundos”, disse o vice-presidente ao deixar seu gabinete no fim da manhã desta sexta-feira (13).

No dia anterior, o comandante do Exército abordou a questão ao responder um questionamento durante transmissão ao vivo do IREE (Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa).

“Não queremos fazer parte da política governamental ou política do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre no nosso quartel, dentro dos nossos quartéis. O fato de, eventualmente, militares serem chamados a assumir cargos no governo, é decisão exclusiva da administração do Executivo”, disse na ocasião Pujol.

Mourão afirmou que essa é uma posição clara dos militares, principalmente após o regime militar (1964-1985).

“Nós já vivemos isso [política nas Forças Armadas] antes do período de 1964, que foi um problema muito sério de politização dentro das forças e que só serviu para causar divisão”, afirmou o vice-presidente, acrescentando que a legislação foi mudada durante o regime militar.

“A política tem paixões, então você vai ter dentro dos quarteis um cara é que é do partido A, outro que é do partido C. Vai ter uma discussão que termina por causar divisões”.

Mourão, no entanto, ressalvou que há diferença entre os militares da ativa e da reserva, sendo que apenas os últimos devem se envolver em questões políticas.

O governo do presidente Jair Bolsonaro, capitão reformado do Exército, conta com diversos militares.

Ao assumir o governo, o presidente Jair Bolsonaro, capitão reformado do Exército, convidou diversos militares da ativa e da reserva ou pessoas com formação militar para cargos no governo, como Walter Braga Netto (Casa Civil); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo); Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); Fernando Azevedo e Silva (Defesa); Eduardo Pazuello (Saúde); e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

O vice-presidente foi também questionado sobre as declarações de Pujol afirmando que o Exército enfrenta dificuldades financeiras e que atualmente é um dos “menores do mundo”.

A situação ganhou ainda mais destaque nesta semana, quando o presidente Jair Bolsonaro, ao responder pressão do presidente eleito Joe Biden em relação ao desmatamento na Amazônia, disse que “quando acabar a saliva [diplomacia], tem que ter a pólvora”.

“Pequenos países na Europa têm o número de aeronaves de caça para defender seu espaço aéreo mais do que todo o Brasil, países que são do tamanho ou menores que muitos estados brasileiros. Nós estamos muito aquém do que o Brasil precisa, que é ter Forças Armadas à sua altura para cumprir suas missões constitucionais, muito aquém”, disse Pujol durante a transmissão.

“As nossas Forças Armadas e o nosso Exército Brasileiro, na minha visão, proporcionalmente, são dos menores do mundo em relação ao tamanho do nosso território e da nossa população e à importância geopolítica, geoestratégica e econômica do nosso país”, afirmou.

Mourão novamente concordou com o comandante do Exército, mas informou que os militares entendem a difícil situação econômica enfrentada pelo país.

“É o objetivo permanente das forças [melhorar a estrutura]. Já foi colocado diversas vezes que gente atingisse um patamar de 2% do PIB. Porque as forças vivem com dificuldades.”

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