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Novo voo com deportados dos EUA chega nesta segunda; “Tem muitos brasileiros sofrendo lá, passando fome, humilhação”, diz passageiro

De acordo com a assessoria do terminal, cerca de 42 deportados devem chegar neste voo que será o oitavo fretado pelo governo norte-americano com brasileiros deportados dos EUA

Novo voo com deportados dos EUA chega nesta segunda; "Tem muitos brasileiros sofrendo lá, passando fome, humilhação", diz passageiro

Avião com deportados chegou com mais de 100 passageiros ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins — Foto:Reprodução/TV Globo

Mais um voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos deve pousar nesta segunda-feira (9) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana.

O pouso está previsto para as 13h. De acordo com a assessoria do terminal, cerca de 42 deportados devem chegar neste voo que será o oitavo fretado pelo governo norte-americano com brasileiros deportados dos EUA a chegar em Confins desde o ano passado.

Brasileiros que vieram dos Estados Unidos em outros voos relataram maus tratos. Na chegada, um deles, que não quis se identificar, disse que muitos passaram fome durante a prisão.

“Tem muitos brasileiros sofrendo lá, passando fome, humilhação. Toda hora um desmaia no chão com fome. A comida lá é um burrito. A comida do brasileiro lá é isso daqui, ó [mostra o burrito que conseguiu trazer]. É de manhã e na hora do almoço. E, à tarde, é um lanche”, contou ele.

Brasil não aceitava voos fretados com deportados desde 2006

A decisão de não aceitar mais o fretamento de aviões veio em 2006 quando, depois de uma CPI que investigou as deportações de brasileiros, o Itamaraty alterou a política de trato de brasileiros no exterior, incluindo aqueles acusados de imigração ilegal.

Um diplomata ouvido pela Reuters explica que a decisão de não aceitar mais as deportações em massa veio da necessidade de analisar caso a caso e dar aos brasileiros que vivem nos Estados Unidos, mesmo ilegalmente, a possibilidade de reverter a decisão de deportação – o que muitas vezes acontece quando o cidadão tem filhos norte-americanos, uma estrutura familiar montada e às vezes até negócios.

O governo do presidente Jair Bolsonaro tem facilitado a deportação de cidadãos que vivem irregularmente nos EUA. A medida facilita a deportação, em concordância com pedidos do governo Trump. Como mostrou a Reuters em agosto, o governo emitiu um parecer autorizando a volta de brasileiros no país apenas com um atestado de nacionalidade.

Isso porque a lei brasileira proíbe a emissão de passaportes à revelia do cidadão, o que impedia o governo norte-americano de embarcar os deportados sem que eles se dispusessem a pedir um passaporte. No governo Temer, sob pressão dos EUA, foi feito um acordo para que os consulados emitissem o certificado em alguns casos, mas algumas empresas aéreas se recusavam a aceitar o documento até o parecer do governo brasileiro.

Os voos fretados, no entanto, eliminam também esse problema. Não há necessidade de documento para desembarque no Brasil.

O número de imigrantes brasileiros presos nos Estados Unidos tentando cruzar a fronteira pelo México aumentou mais de 10 vezes no último ano fiscal norte-americano (outubro de 2018 a setembro de 2019), chegando a 17.900, contra 1.500 no ano fiscal anterior. Em 2019, cerca de 850 mil pessoas de diversas nacionalidades foram presas tentando cruzar a fronteira dos EUA.

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