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OAB vai ao Supremo por compra de vacinas da Covid-19 com registro no exterior

Organização pede que imunizantes já aprovados por agências reguladoras no exterior possam ser utilizados no Brasil. Possibilidade já está prevista na chamada 'Lei Covid'.

OAB vai ao Supremo por compra de vacinas da Covid-19 com registro no exterior

A OAB argumenta que essa dispensa deve valer para as vacinas já registradas em renomadas agências de regulação no exterior. — Foto:André Lucas - 30.jul.2020/Getty Images

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (9) para garantir a compra e o fornecimento de vacinas contra a Covid-19, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprove os imunizantes em 72 horas.

A OAB argumenta que essa dispensa deve valer para as vacinas já registradas em renomadas agências de regulação no exterior. A liberação já está prevista na chamada “Lei Covid”, aprovada pelo Congresso Nacional no início da pandemia. A ação pede que o Supremo declare a “plena vigência e aplicabilidade” da legislação.

“É imprescindível que o governo brasileiro paute os protocolos de intenção e memorandos de entendimento relativos à aquisição de vacinas na comprovação estritamente técnica e científica, independentemente da origem nacional do imunizante”, diz a ação.

As possibilidades de registro na Anvisa são:

  • Anvisa – registro definitivo: os desenvolvedores submetem o pedido de registro à Anvisa apenas após concluírem as 3 fases de testes da vacina. Para acelerar o trâmite, a agência criou o procedimento de submissão contínua de dados.
  • Anvisa – uso emergencial: permite aos desenvolvedores enviarem os dados que comprovem eficácia e segurança antes de terminarem a fase 3 da vacina;
  • Lei Covid: Prevê que a Anvisa terá o prazo de 72 horas para conceder a autorização caso o imunizante tenha conseguido registro no Japão, nos EUA, na Europa ou na China. Caso o prazo não seja cumprido e a Anvisa não se manifeste, a autorização é concedida automaticamente.

A organização também afirmou ao STF que a demora na definição do plano de vacinação coloca em risco o direito à saúde, a saúde pública, a integridade física dos cidadãos e o direito humano e fundamental à vida.

Segundo a OAB, “a plena garantia do direito à vida e à saúde, nesse contexto, se dá com a possibilidade de que se oferte aos brasileiros todas as vacinas que já tenham atingido fases avançadas de testes e demonstrado a segurança e eficácia necessária. Não pode o governo federal eleger alguns imunizantes em detrimento de outros sem a devida motivação técnico-científica necessária à publicidade, moralidade e impessoalidade que devem permear todos os atos administrativos”.

Nesta terça-feira (8), após encontro com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, governadores citaram a “Lei Covid” para lembrar que vacinas aprovadas no exterior terão aval para uso no Brasil (veja no vídeo abaixo). O que faz a lei ser citada pelos políticos é a preocupação com o prazo de análise na Anvisa, já que Pazuello afirmou que ele deve ser de cerca de 60 dias.

Acordos fechados

O governo federal tem acordos fechados para a compra de 100 milhões de doses da “vacina de Oxford”, desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Fiocruz, e de 42,5 milhões de doses via consórcio internacional Covax, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Ministério da Saúde chegou a anunciar acordo para a compra da vacina da Sinovac, produzida em parceria com o Instituto Butantan, mas recuou depois de pressão do presidente Jair Bolsonaro.

A ação da OAB se junta a outras quatro apresentadas ao tribunal e questionam desde a falta de um plano de imunização nacional até a obrigatoriedade de vacinação.

A organização também pede na ação que o STF determine que fundos de recursos recuperados em operações como a Lava Jato sejam investidos no plano nacional de imunização contra o coronavírus.

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