Os amantes da poupança estão cada vez mais perdendo lucro na rentabilidade de suas economias dentro desse segmento. A última ação do Banco Central, anunciando uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros na semana passada, como um dos remédios para tentar frear os estragos da pandemia do coronavírus no Brasil, deixou a taxa Selic ainda menor. Ela passou de 4,25% ao ano para 3,75% ao ano, renovando seu menor nível histórico desde 1999, quando passou a valer o regime de metas de inflação.
Foi a segunda redução da taxa em 2020 e o sexto corte seguido. O último aconteceu no começo de fevereiro, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) promoveu um corte de 0,25 ponto percentual.
Com a Selic a 3,75% ao ano, o juro real das aplicações atreladas ao CDI (levando em conta a inflação prevista) cai para 0,53%. Em outras palavras, ficou mais difícil obter retornos que protegem contra a inflação na renda fixa. Estas são as principais referências para ficar de olho com a atual Selic:
CDI: 3,65% ao ano
Poupança: 2,62% ao ano
IPCA (projetado para 2020): 3,10% (Focus)
Juro real: 0,53%
Perda da poupança aumentou
Com o corte de 0,50 ponto percentual na Selic, a caderneta de poupança passa de uma rentabilidade anual de 2,97% para 2,62%. Isso aumenta a perda real da aplicação para 0,53% ao ano, considerando a inflação de 3,10% prevista para 2020 pelo último boletim Focus. Ao mês, o investimento mais conhecido pelo brasileiro renderia em torno de 0,21%.
A taxa Selic influencia o rendimento da poupança porque, quando ela está abaixo de 8,5% ao ano, a poupança passa a render 70% da taxa básica de juros mais a taxa referencial (TR), que hoje está zerada. Essa regra vale apenas para os depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.
Quem deixasse R$ 1 mil aplicados na poupança com um rendimento pela Selic em 4,25% ao ano, teria ao final de 12 meses um ganho adicional de R$ 29,75. Já quem deixasse com a nova taxa de 3,75%, teria ganho de R$ 26,25.