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PF aciona STF para investigar deputado Luis Miranda por acusação contra Bolsonaro no caso Covaxin

O deputado disse ter alertado o presidente da República sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech, no início de 2021.

PF aciona STF para investigar deputado Luis Miranda por acusação contra Bolsonaro no caso Covaxin

Caso seja entendido que a omissão do presidente da República aconteceu, então a denúncia contra Miranda será descartada. — Foto:Reprodução

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) — A Polícia Federal entregou, nesta terça-feira (20), um pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o deputado Luis Miranda (DEM-DF) por possível denunciação caluniosa contra Jair Bolsonaro (sem partido).

O deputado disse ter alertado o presidente da República sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech, no início de 2021.

O pedido de investigação partiu do ministro da Justiça, Anderson Torres, que alegou relato de “fatos inverídicos” por parte de Miranda sobre o caso Covaxin.

O processo, agora, foi encaminhado para avaliação da ministra Rosa Weber, do STF. A ministra é relatora do inquérito que apura a suspeita de prevaricação por parte de Bolsonaro.

A partir disso, Rosa Weber poderá decidir juntar a investigação de Miranda à de Bolsonaro, que já está em andamento, abrir um inquérito separado para analisar a conduta do deputado ou, até mesmo, arquivar o pedido.

Caso seja entendido que a omissão do presidente da República aconteceu, então a denúncia contra Miranda será descartada.

Se a percepção for de que não houve omissão por parte de Bolsonaro, o argumento de denúncia caluniosa poderia ser utilizado.

Os depoimentos dados pelo deputado e pelo seu irmão, Luis Ricardo Miranda, apontariam para Bolsonaro ter cometido prevaricação.

Isso porque o presidente não teria tomado as devidas providências para impedir um superfaturamento na compra da vacina e/ou outras possíveis irregularidades.

Além disso, Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde, relatou ter sofrido pressões no trabalho para apoiar o negócio com a farmacêutica da Covaxin.

A existência de denúncias de irregularidades foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo com a divulgação do depoimento sigiloso de Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde e irmão do deputado Luís Miranda.

O servidor disse ao MPF (Ministério Público Federal) em Brasília que recebeu uma pressão atípica para agilizar a liberação da Covaxin. O parlamentar, por sua vez, disse ter levado ao presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, uma denúncia sobre irregularidades no contrato da Covaxin.

O contrato foi assinado em 25 de fevereiro, com a Precisa representando a Bharat Biotech. Ficaram previstos 20 milhões de doses, a um custo individual de US$ 15 (R$ 80,70). O valor total do contrato é de R$ 1,61 bilhão, dinheiro que foi empenhado (reservado, autorizado) pelo governo Bolsonaro desde 22 de fevereiro.

Em junho, porém, diante da polêmica, a negociação para a compra da Covaxin foi suspensa pelo governo.

O deputado Luis Miranda disse à CPI da Covid no dia 25 de junho que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as suspeitas sobre compra da vacina indiana Covaxin eram coisa do “Ricardo Barros (PP-PR)”, líder do governo na Câmara.

À CPI o deputado e o servidor disseram que Bolsonaro prometeu encaminhar os indícios de irregularidades à PF.

Após a oitiva à CPI, senadores de oposição ao Planalto acionaram o STF para que Bolsonaro fosse investigado por crime de prevaricação.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, se recusou inicialmente a analisar o pedido, sob a justificativa de que esse juízo seria feito ao término da apuração parlamentar.

Encarregada do caso no Supremo, a ministro Rosa Weber discordou de Aras e determinou que ele avaliasse a representação dos senadores. Aras, então, pediu a abertura de inquérito.

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