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‘Que Deus o receba com alegria’, escreve Bolsonaro ao lamentar morte de Paulo Gustavo

O ator, que tinha 42 anos, era casado com Thales Bretas e deixa dois filhos, os gêmeos Gael e Romeu, de um ano.

'Que Deus o receba com alegria', escreve Bolsonaro ao lamentar morte de Paulo Gustavo

A mensagem de Bolsonaro foi publicada quase duas horas depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte de Paulo Gustavo. — Foto:Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) — O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou na madrugada desta quarta-feira (5) sobre a morte do ator e humorista Paulo Gustavo, vítima da Covid-19. O ator, que tinha 42 anos, era casado com Thales Bretas e deixa dois filhos, os gêmeos Gael e Romeu, de um ano.

“Meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a Covid”, disse o presidente.

A mensagem de Bolsonaro foi publicada quase duas horas depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte de Paulo Gustavo. “Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Paulo Gustavo. A covid levou hoje mais um de nós. Um grande brasileiro, que brindou nosso país com tanta alegria. Descanse em paz. Seu talento jamais será esquecido”, escreveu Lula.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também se manifestou sobre a morte do ator e humorista. “Em nome da Câmara, manifesto a minha solidariedade e a de todos deputados aos familiares e amigos do ator Paulo Gustavo. Sua obra e seu talento conquistaram a alegria e a admiração de todos e sua partida, tão cedo, deixa enorme tristeza, vazio e dor no coração dos brasileiros.”

“Brasil perde Paulo Gustavo. Um dos maiores nomes do showbiz do Brasil na última década. Paulo Gustavo deixa enorme legado ao teatro, TV e cinema do País. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, escreveu João Doria (PSDB), governador de São Paulo.

MEMÓRIA

Paulo Gustavo estava internado na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital no Rio de Janeiro desde o dia 13 de março com Covid-19. Uma semana após a internação, ele teve de ser intubado porque estava com dificuldade para respirar.

No dia 2 de abril, piorou e precisou da ajuda de uma espécie de pulmão artificial usado apenas nos casos mais graves. Um mês depois, teve uma embolia gasosa que se espalhou em decorrência de um rompimento do tecido do pulmão.

O ator vinha apresentando sinais de recuperação, mas seu estado de saúde regrediu no último domingo (2), quando teve uma embolia gasosa que se disseminou em decorrência de fístula brônquio-venosa (rompimento do tecido do pulmão).

O cardiologista Múcio Tavares, diretor do Hospital Dia e Centro de Infusão do Incor (Instituto do Coração), diz que infelizmente Paulo Gustavo teve uma condição rara em pacientes e quando isso acontece é devido a uma infecção grave. No caso do ator, o médico explica que parte do ar foi para o pulmão e outra atingiu a corrente sanguínea do paciente.

A morte de Paulo Gustavo deixou boa parte do país consternada. Caetano Veloso, Mônica Martelli, Fábio Porchat e outros artistas homenagearam o humorista em publicações nas redes sociais (leia repercussão).

“Paulo Gustavo é a expressão da alegria brasileira”, escreveu Caetano Veloso no Twitter. “Essa alegria que nos veio de fora em forma de fama, já que minha geração cresceu crendo no mito das “três raças tristes” de que nosso povo se teria formado.”

Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 1978. Ele se formou em artes cênicas em 2005 pela Casa de Artes Laranjeiras, na capital fluminense. Entre seus colegas de turma estavam Fábio Porchat e Marcus Majella, hoje também comediantes de sucesso.

O ator criou a desbocada Dona Hermínia inspirado em sua própria mãe, Déa Lúcia Vieira Amaral. A personagem surgiu logo na estreia profissional de Paulo Gustavo, na peça “Surto”, encenada no Rio em 2004. Não demorou para estrelar seu próprio espetáculo, a partir de 2006 — o monólogo “Minha Mãe É uma Peça”, que rodou pelo Brasil durante anos.

O sucesso no teatro atraiu a atenção da televisão. Depois de participações pontuais em novelas e séries cômicas, Paulo Gustavo finalmente ganhou um programa, “220 Volts”, em que interpretava diversos personagens. A atração teve cinco temporadas no Multishow entre 2011 e 2016, além de um especial de Natal exibido pela Globo em dezembro do ano passado.

Com seu estilo irreverente e sua metralhadora verbal, Paulo Gustavo era um digno representante de uma escola do humor brasileiro que remonta a Zé Trindade e Dercy Gonçalves — o comediante sem papas na língua, que fala o que vier à cabeça, doa a quem doer (geralmente, a ele mesmo).

Seu desaparecimento deixa uma lacuna imensa, e a sensação de que muitos triunfos -como a série “Dona Hermínia”, em desenvolvimento na Globo- ainda estavam por vir.

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