Janildo Silva

Eduardo Cunha e o pedido de desculpas

Independente de aprovar ou não a gestão ou mesmo o perfil de Eduardo Cunha (PMDB) na Câmara dos Deputados, os […]

Independente de aprovar ou não a gestão ou mesmo o perfil de Eduardo Cunha (PMDB) na Câmara dos Deputados, os responsáveis pela segurança da sessão itinerante do Legislativo Federal na Paraíba tinham a obrigação de prever os protestos que impediram os trabalhos na Casa de Epitácio Pessoa. Felizmente nada de mais grave aconteceu, mas qualquer pessoa sã diria que faltou muito pouco para uma pancadaria generalizada.

Cunha, irritado e constrangido com a impossibilidade de falar na sessão, acabou acusando dois deputados estaduais e o próprio governador de serem os responsáveis pela manifestação de centrais sindicais e militantes de movimentos sociais. De fato, o responsável pela segurança pública no Estado é o governador e diante do anúncio da visita da terceira pessoa na sucessão do Planalto, trata-se de assunto de importância nacional.

Também se deve observar que não seria ilegal, tampouco imoral os parlamentares convidarem militantes das causas que defendem para manifestar indignação com algumas das últimas medidas da Câmara. Manifestações desta natureza são legítimas e típicas da democracia. Mesmo assim, Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB) negaram participação nos atos. Na prática, não há como relacionar os parlamentares estaduais ao protesto, salvo por intuição, mas o poder da adivinhação é algo que não costuma se manifestar em políticos.

Sendo justo, é bom esclarecer que a Polícia Militar estava no local. Ainda cabe registar que o próprio presidente da Assembleia, Adriano Galdino, assumiu a responsabilidade por não evacuar as galerias. A verdade é que por alguns momentos uma autoridade nacional correu riscos de sofrer no mínimo agressão física na Paraíba porque ninguém tomou uma medida preventiva.

O que vemos, como sempre, é uma sequencia de erros. A organização do evento errou na escolha do lugar (pouco espaço), Cunha errou ao acusar parlamentares sem ter como provar, o governador deveria ter determinado ação enérgica da PM no prédio para coibir exageros dos manifestantes e Galdino acabou fazendo mea-culpa ao não autorizar por escrito o esvaziamento das galerias.

O mais ridículo de tudo isto é que quase todos os envolvidos resolveram tentar fazer uso político da manifestação. Cunha se vitimou e lamentou ter sido “calado” na Paraíba, Estela prometeu processar o presidente da Câmara, Anísio não poupou o deputado federal de críticas e o governador veio com uma ideia ilógica de exigir um pedido de desculpas do presidente para o povo da Paraíba. Ora, Cunha não acusou o povo! Acusou Ricardo, Estela e Anísio. Nenhum paraibano, fora estes três, foi atacado.

O que se espera de tudo isso é que a atual sintonia de Ricardo com a presidente Dilma não tenha motivado nenhum ato irresponsável contra um dos Poderes da República.

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