Janildo Silva

Ricardo Coutinho: oportunismo, solidariedade ou cara de pau?

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), é o único membro do primeiro escalão de sua legenda no Brasil a […]

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), é o único membro do primeiro escalão de sua legenda no Brasil a defender a presidente Dilma Roussef (PT). Até aí nenhum problema, já que RC recebeu o apoio do PT no Estado para ser reeleito, mas em entrevista nesta quinta-feira (26), o socialista defendeu a continuação do mandato da petista devido a necessidade de se “respeitar a vontade das urnas”.

Eu, do alto dos meus quarenta anos, me perguntei onde estava este “respeito a vontade do povo” quando Ricardo apoiou (com um servidor diretamente ligado a ação inicial) o pedido de cassação do ex-governador, Cássio Cunha Lima (PSDB)? Onde estava este espírito democrático que afirma que “impeachment é golpe”, quando esteve entre os que defendiam o “Fora Collor”? O que mudou? Mudou que agora, Ricardo acredita poder tirara vantagem da crise enfrentada pela presidente.

Se no passado o governador era do grupo do “quanto pior melhor”, hoje RC precisa de recursos gordos do governo federal para manter a chama de um sonho mirabolante, mas recorrente: o de disputar um cargo nacional, seja de vice ou presidente da República. Sei que soa ridículo, principalmente para mim, mas diante da morte prematura de Eduardo Campos, a imaginação do paraibano anda fluindo demais.

Lembro que RC não tem limites para tirar proveito de quaisquer acordos políticos e usou o quanto pode o prestígio do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo e hoje assiste suas lideranças atacarem covardemente a gestão petista na capital, como se fosse um magistrado vendo seu “ex-amigo” ser golpeado por correligionários. Onde está a novidade? Em lugar nenhum, já que Ricardo usou o apoio de José Maranhão para ser prefeito e pouco depois se esquivou do PMDB, usou igualmente o PSDB para ser governador e hoje vê no senador Cássio “um desequilibrado”. Volto a perguntar: o que mudou?

A grande e irremediável verdade é que Coutinho segue fazendo política com a frieza de quem só vai parar de jogar quando for obrigado a deixar o tabuleiro e atualmente quem pode mexer estas peças é apenas a Justiça Eleitoral, que se encontra diante de um parecer contundente do MP apontando o uso da máquina na reeleição de RC. Agora, Ricardo é contra a inturrupção de mandatos. Curioso, não?

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