144 vagas

Cearte abre inscrições para turmas de musicalização para bebês de zero a três anos

O curso começa dia 19 de agosto, aos sábados pela manhã, as matrículas devem ser feitas na sede do Cearte e o valor custa R$ 140 por semestre

Cearte abre inscrições para turmas de musicalização para bebês de zero a três anos

As inscrições já estão abertas e devem avançar por mais uma semana após o início das aulas — Foto:Reprodução/assessoria

O Centro Estadual de Arte (Cearte), em parceria com Universidade Federal da Paraíba (UFPB), disponibiliza turmas para o ensino da musicalização para bebês de zero a três anos e onze meses. Serão nove turmas com 16 crianças cada. Estão sendo oferecidas 144 vagas e as turmas já estão sendo formadas. As aulas serão ministradas no Centro de João Pessoa, na sede da instituição, no Grupo Escolar Dr. Thomas Mindelo.

O projeto é pioneiro na Paraíba e um dos poucos em vigência no país, há experiências na Bahia e em Curitiba. Marta Sanchís, professora de música, teclado e teoria musical no Cearte, que também faz parte do Laboratório de Educação Musical Infantil na UFPB, é coordenadora do projeto. A intenção das aulas é de sensibilização para a linguagem, isto é, desenvolver a capacidade de fazer música e tornar essa linguagem familiar para as crianças.

Sanchís explica que a música era um processo que se dava de pais para filhos, mas que hoje em dia esse processo está cada vez mais difícil. Desta forma, o projeto busca fazer com que as crianças possam despertar para a música, além de aguçar a sensibilidade e a percepção entre outros objetivos. “Desenvolver o ouvido musical, o canto, a coordenação motora, a prática instrumental. Todos esses objetivos específicos são trabalhados através da música nas aulas. Não tem nada de teoria. São aulas de 45 minutos desenvolvidas através de músicas”, conta.

As aulas envolvem familiarização de canções, o movimento corporal ou a percussão corporal, escala musical, prática instrumental e exploração sonora e de criação. Em relação ao dom, a professora entende que é algo construído: “As crianças que têm pais músicos, ou que têm uma proximidade com a música, acabam desenvolvendo mais as habilidades de escuta e de criação musical. Essas aulas do Cearte são para que todas as crianças possam despertar e desenvolver essas habilidades e qualidades”, frisa.

Pioneirismo – Os professores que irão ministrar as aulas, sempre feitas em duplas, têm experiência acumulada no processo de musicalização infantil em distintos espaços da cidade. “São todos professores e professoras que trabalham e participam do laboratório faz tempo e são músicos atuantes no cenário musical atual cultural da cidade”, explica a professora de musicalização infantil, Maria Kamila Justina, também participante do projeto. Kamila conta que a musicalização infantil nesse formato já vem sendo pesquisada há 10 anos, e se busca entender, nesse processo, como a música pode auxiliar o desenvolvimento infantil.

O projeto começou em 2010 sob a coordenação da professora Caroline Brendel Pacheco no Laboratório de Educação Musical Infantil (Lemi) da UFPB. Brendel é referência na educação musical no Brasil, atualmente a professora faz doutorado no Canadá. Brendel teve como orientadora de mestrado outro nome de referência na educação musical infantil na primeira infância, Beatriz Ilari, professora e escritora sobre o tema que hoje trabalha na Universidade da Califórnia.

O projeto também tem tido visitas de alguns pedagogos musicais internacionais, como os professores Jos Wuytack e Graça Boal, ambos da Associação Wuytack de Pedagogia Musical de Portugal, fundada em 1992, considerados também referências mundiais na pedagogia da educação musical infantil.

Os estudos dentro das universidades começaram nas Universidades Federais do Paraná e da Bahia. Foi com base nesses estudos e pesquisas que Caroline Brendel iniciou os trabalhos na Paraíba. Em 2010, o projeto cresceu tanto que hoje várias escolas particulares e berçários de João Pessoa já oferecem a musicalização infantil dentro de seus projetos pedagógicos. “A UFPB acabou se tornando referência dentro dessa linha. Hoje, nossa proposta é descentralizar essa aprendizagem e levar a musicalização infantil para o público do centro”, torce Kamila. Desde 2010, mais de mil bebês já passaram pelas salas de aula do Laboratório da UFPB.
Resultados – Maior exigência no gosto musical

Entre os resultados apresentados pelas crianças que já passaram pelas aulas, são apontados maior compreensão, percepção e desenvolvimento acelerado das atividades musicais, mas facilidade na relação social, na apreensão do instrumento e no entendimento da teoria musical. “E relatos de pais nos dizem que auxiliou no desenvolvimento cognitivo da criança e nas relações escolares”, revela Kamila.

Com tantos resultados positivos, as professoras acreditam que estão plantando sementes que darão bons frutos no futuro. “Daqui a pouco, vamos ver uma cidade com crianças mais musicais, ouvintes mais críticos. Isso constrói uma geração de ouvintes mais aptos e com critérios culturais mais ricos, que vão exigir também mais arte”, defende Marta Sanchís.

As inscrições já estão abertas e devem avançar por mais uma semana após o início das aulas, que começam dia 19 de agosto, sempre aos sábados pela manhã.

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