A ONG Missão Patinhas Felizes de proteção animal deu início a uma campanha para arrecadar recursos para tratar um cachorro que foi vítima de maus tratos e enterrado vivo em Santa Rita, região metropolitana de João Pessoa.
Batizado pelos membros da ONG de “Guerreiro”, o pequeno animal foi localizado desnutrido e maltratado, enterrado no chão com apenas a cabeça fora do solo na última segunda-feira (25), por um morador de Eitel Santiago.
De acordo com relatos da esposa do morador, era possível ouvir os uivos e choros do animal desde sábado, quando acredita-se que tenha sido enterrado vivo.
Guerreiro já foi tratado das feridas e desnutrição, a custo da ONG. Nesta sexta-feira (29), o pequeno cãozinho recebeu alta e ficará na residência da presidente da ONG, Andreia Medeiros.
Andreia explica que são necessários cerca de R$ 2 mil para realizar o tratamento veterinário contra leishmaniose, doença com a qual Guerreiro foi diagnosticado.
“Eu acredito que ele foi todo enterrado, mas ficou forçando e conseguiu colocar a cabeça de fora. Ele estava com olhos, boca e nariz cheios de areia. Estava muito debilitado, não conseguia nem levantar a cabeça ou abrir os olhos”, relatou a vizinha do homem que encontrou o cachorro, a costureira Eliane Soares, de 49 anos.
O animal foi resgatado, levado para uma casa em construção próxima ao local, alimentado e hidratado. Então os moradores buscaram ajuda para conseguir tratamento.
Os moradores não sabem informar a quem poderia pertencer o cão, nem quem teria sido o possível autor dos maus tratos. Sem suspeitos, a polícia não foi acionada.
“Eu passei duas noites sem comer e sem dormir. Foi uma tristeza tão grande dentro de mim, saber que existe um ser humano que tem coragem de fazer um negócio desses com um animal”, lembrou a costureira.
Eliane mora sozinha e tem dois cachorros e uma gata que trata como filhos. “Eu sou apaixonada por animais. De noite, eu coloco comida e água na frente da minha casa, pra os cachorros que moram na rua. Se ele melhorar, eu aceitaria ficar com Guerreiro. Seria um prazer eu correr e ver ele correndo atrás de mim. Mas se alguém tiver condição melhor, também aceito”, comentou.
“Só agradeço a Deus ter me colocado lá pra resgatar ele, pois se tivesse demorado mais, ele teria morrido”, afirmou Eliane.