Folguedos

Abertura da programação de cultura popular encanta o público no Largo da Gameleira

O evento é promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da sua Fundação Cultural (Funjope).

Abertura da programação de cultura popular encanta o público no Largo da Gameleira

O público ficou encantando na tarde desse sábado (10) com os primeiros acordes do projeto Extremo Cultural – Onde Som Toca Primeiro. No palco, armado na caldinha de Tambaú, a população assistiu gratuitamente a apresentação de duas agremiações, o Cavalo Marinho Infantil Sementes de João do Boi, de Oitizeiro, e o Samba de Roda da Escola de Capoeira Afro Nagô, do Valentina Figueiredo. O evento é promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da sua Fundação Cultural (Funjope).

As crianças do Cavalo Marinho Infantil Sementes de João do Boi, do bairro dos Novais, foram as primeiras a se apresentar. O grupo é comandado por Jocilene Cunha, mais conhecida por Tina, uma das únicas mestras do Nordeste. Outro líder do grupo, Inaldo Ferreira, comentou que o folguedo foi criado em 1965, por João do Boi, que brincava desde os 8 anos de idade. “Hoje se mantém com crianças no grupo e adultos tocando”, disse.

A estudante peruana, Andrea Ruiz, ficou maravilhada com as crianças do Cavalo Marinho. “Muito lindas as crianças tão pequenas com essa desenvoltura”, afirmou a estudante, que está em João Pessoa com um grupo de amigos para um intercâmbio.

A arquiteta Flaviana Vieira estava passeando com a família pela orla marítima e parou para assistir com os filhos e o marido as apresentações. “Muito rica a cultura popular do Brasil. Estou encantada e meus filhos também”, comentou.

Na apresentação, o Cavalo Marinho Infantil Sementes de João do Boi conta a história dos personagens Mateus e Birico que dividem a mesma mulher, Catirina, e estão à procura de emprego. O espetáculo é dramatizado pelo Capitão, que montado a cavalo, dá à história seu seguimento até o momento final, quando o boi é dividido entre os participantes numa grande farra.

São 30 personagens (entre humanos e animais), cujas figuras mais participativas são os galantes e damas, o Mateus (o dono da terra), o Caboclinho (entidade sobrenatural que canta as linhas de jurema) e o boi (presença constante na vida do homem do campo). As roupas são enfeitadas com fitas e espelhos e os chapéus têm abas horizontais adornadas com pingentes.

Antigamente, como só os homens dançavam o folguedo, eles se travestiam para representar os personagens; hoje as mulheres conquistaram espaço tanto na brincadeira como na banda.

O Cavalo Marinho é um folguedo cênico brasileiro, típico da Zona da Mata Setentrional da região Nordeste (Paraíba, Pernambuco, Ceará, Bahia, Alagoas e Sergipe). O auto integra o ciclo de festejos natalinos, e presta homenagem aos Reis Magos. As apresentações se processam ao som da orquestra conhecida como banco, composta de rabeca, ganzá, pandeiro, bage de taboca e zabumbas. O folguedo possui vários personagens (figuras), sendo divididas em Três categorias humanas, fantásticas e animais.

Afro Nagô – A segunda apresentação foi comandada pelo Mestre Zunga e 20 integrantes, o Samba de Roda Afro Nagô. Na sequência eles apresentaram danças guerreiras afros, como o maculelê, o samba de roda e o afoxé, além de jogos de capoeira.

Grupo que surgiu há 35 anos, em João Pessoa, a Afro Nagô hoje possui outros núcleos, mas boa parte dele se encontra na Paraíba (600 alunos) e acumula apresentações na Suíça, Canadá e Estados Unidos, onde também fundou grupos.

O coordenador e pesquisador da Divisão de Cultura Popular da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Emilson Ribeiro, explicou que essa apresentação é um ritual de fertilidade do povo africano no Brasil.

Originário do Recôncavo Baiano no século XIX, o samba de roda é reconhecido por dispor os sambistas em círculo, tal qual a capoeira – e normalmente começa depois dela. É o momento em que as mulheres revelam toda a graça e voluptuosidade em movimentos voltados para seduzir. O samba de roda é executado ao som de pandeiros, atabaques, berimbaus, violas, chocalhos, cantos e palmas.

Programação – As apresentações dos grupos de cultura popular, no Extremo Cultural, prosseguem no próximo sábado (17), a partir das 17h, com a apresentação do Coco de Roda Mestre Benedito, da Mestra Dona Têca de Cabedelo, e o Afoxé Liberdade Negra.

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