'chicocesariana'

Cientista faz homenagem a Chico Cesár e coloca seu nome em flor descoberta na Bahia

No Instagram, o cientista declarou. "Aeschynomene chicocesariana! sim, querido @oficialchicocesar, o apito do acaso me trouxe até esta homenagem..."

Cientista faz homenagem a Chico Cesár e coloca seu nome em flor descoberta na Bahia

Após várias etapas científicas de formalização da descoberta, no último sábado (23) o artista foi informado que a flor foi registrada com uma referência ao seu nome. — Foto:Divulgação

Uma flor descoberta na Bahia foi nomeada como ‘Aeschynomene chicocesariana’, em homenagem ao cantor paraibano Chico César. A ideia foi do cientista Domingos Cardoso. Após várias etapas científicas de formalização da descoberta, no último sábado (23) o artista foi informado que a flor foi registrada com uma referência ao seu nome.

No Instagram, o cientista falou sobre a homenagem ao paraibano. “Aeschynomene chicocesariana! sim, querido @oficialchicocesar, o apito do acaso me trouxe até esta homenagem… você não é apenas aquela ave frágil que avoa no sertão… esta linda flor agora tem o seu nome…”

A descoberta da ‘Aeschynomene chicocesariana’ foi publicada pela American Society of Plant Taxonomists e o artigo científico completo pode ser acessado neste link ou através de contato com o próprio autor principal e a equipe Chico César.

Veja o que diz o site de Chico César sobre o cientista Domingos Cardoso e sobre a flor descoberta

Formado em ciências biológicas e com mestrado, doutorado e pós-doutorado na área, Domingos é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e também pelo programa Newton Advanced Fellowships da The Royal Society (Reino Unido). Domingos já realizou palestras fora do país e recebeu prêmios internacionais como resultado do seu trabalho. “Tive a felicidade de, durante meu período de formação acadêmica, ter atravessado o período do governo de Lula e todo o impacto que isso causou também com relação às oportunidades de bolsas em universidades pequenas, e, particularmente, no Nordeste”, comenta Domingos. “Nunca precisei migrar pra estudar em São Paulo, tive toda a minha formação no Nordeste, em uma universidade estadual que teve oportunidade de crescer bastante em seu programa de pós-graduação”, complementa o cientista, reforçando a importância do olhar público para o ensino superior fora dos grandes centros.

A Aeschynomene chicocesariana “apareceu” na vida de Domingos em 2015 durante uma expedição em Ibicoara. “Fizemos uma trilha nos gerais do Machombongo, mas estávamos à procura de uma outra espécie de planta – as informações da coleta desta amostra é que nos levou até aquela localidade. Durante a trilha, me deparei com uma espécie interessante da família das leguminosas. Eram apenas algumas poucas plantas, crescendo isoladamente no meio daqueles gerais com um horizonte lindo e quase infinito em biodiversidade”, conta o cientista. Ali começou o processo de identificação e catalogação, que incluiu estudos detalhados da morfologia e sequenciamento de DNA, levando o cientista à certeza de que aquela planta é de uma espécie realmente desconhecida pela ciência.

Na época da descoberta, Domingos estava impactado pelo álbum Estado de Poesia e, especialmente, pela música “Reis do Agronegócio”: “Quando ouvi aquela música incrível, com toda aquela verdade poética científica e social junta, vi claramente que descrevia muita da realidade que as flores da Chapada, infelizmente ainda muito pouco conhecidas, têm passado frente às ameaças da expansão do agronegócio”, compara Domingos. Mas sua admiração por Chico César vem de muito antes. “Gosto de sua música desde minha juventude no sertão em Tucano (BA). Depois, em 2011, passei o ano em Bozeman, Montana, Estados Unidos, trabalhando no laboratório de meu professor e hoje muito amigo Matt Lavin e ouvíamos bastante ‘Prosa Impúrpura do Caicó’ enquanto a neve caía lá fora”, relembra o biólogo.

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