Praça das Muriçocas

Espetáculo ‘A Peleja do Fute’, do Grupo de Teatro Bigorna, estreia nesta sexta

Com direção assinada por Fernando Teixeira, o espetáculo traz uma adaptação do conto de Machado de Assis transformado em Cordel

Espetáculo ‘A Peleja do Fute’, do Grupo de Teatro Bigorna, estreia nesta sexta

A Peleja do Fute’, do Grupo de Teatro Bigorna — Foto:Sacha Teixeira

Trazendo em sua bagagem 39 filmes, entre curtas e longas, 43 espetáculos montados e 55 anos de carreira, Fernando Teixeira se renova e apresenta para o público sua nova montagem: A Peleja do Fute. Esse espetáculo nasceu a partir de uma vontade de homenagear aquele que foi um dos maiores dramaturgos brasileiro: Ariano Suassuna. E pra unir o teatro Armorial e a literatura de Cordel, veio a escolha pelo conto A Igreja do Diabo, de Machado de Assis, uma das principais narrativas do Movimento Realista.

A estreia do espetáculo A Peleja do Fute acontece nesta próxima sexta, 17/03, e segue em temporada nos dias 18 – 19 e 24, 25 e 26/03, sempre às 20h, no Espaço Tamarindeira Processos Criativos, localizado próximo à Praça das Muriçocas, no Miramar, e já é conhecido da cena cultural por se apresentar como ponto de convergência das artes em nossa capital. Os ingressos estarão sendo vendidos na bilheteria do local ao preço de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

O Espetáculo

A Peleja do Fute nasce de um anseio do diretor paraibano Fernando Teixeira em trabalhar uma das obras do maior romancista brasileiro: Machado de Assis. No conto A Igreja do Diabo, Machado traz as contradições do homem, suas fraquezas e a peleja do Diabo pela posse da alma do homem, nessa busca desenfreada e sempre sem sucesso. Com esse cenário, a cultura católica é materializada através da dualidade do bem e do mal e da força persuasiva daquele que acredita ser o grande dono da humanidade: o Diabo. É nesse contexto que nasce A Peleja do Fute.

 O espetáculo vem carregado de organicidade e originalidade, trazendo a mistura que une tão bem o popular com o erudito, dando o mote dessa peleja: o Movimento Armorial.

 Fernando Teixeira, pensando em homenagear aquele que foi um dos maiores dramaturgos brasileiro – Ariano Suassuna -, trouxe o conto de Machado de Assis para a linguagem do Cordel, criando uma montagem de Teatro Armorial, bebendo da fonte da cultura, da música popular, dos folguedos e seus personagens ligados ao nosso imaginário popular, que guiados por um diretor atento e generoso, nos apresenta os três principais personagens do Folguedo Popular para nos contar essa história com toque machadiano, a sabedoria ariana e a criatividade ‘bigordiana’: Catirina, Mateus e o Fute. Afinal, como disse o mestre Hermilo Borba Filho: “o povo é quem sabe das coisas!”.

O Grupo

O Grupo de Teatro Bigorna foi fundado em 1968 por Fernando Teixeira, Carlos Aranha e Jurandir Moura, com a montagem do espetáculo A Navalha da Carne, de Plínio Marcos. Em 1971, o grupo montou, em São José do Rio Preto, o espetáculo teatral A Prostituta Respeitosa, de Jean Paul Sartre. A montagem fez parte do projeto Mambembão, juntamente com o espetáculo Papa Rabo, uma adaptação de W.J.Solha da obra de José Lins do Rego, Fogo Morto. O Bigorna participou de vários festivais nacionais com premiações em suas produções.

Em seguida, outras montagens se sucederam e o grupo recebeu o convite do Maestro José Alberto Kaplan e do escritor W.J.Solha para dirigir o concerto/espetáculo Burgueses ou Meliantes para o Natal daquele ano de 1973, propondo assim, uma interação estética entre o Grupo Bigorna e o Coral Universitário. Dando sequência à sua produção, o grupo desenvolve mais uma experiência com o escritor W.J.Solha, desta vez, enriquecida com a presença do maestro e compositor Eli-Eri Moura. Dessa parceria nasceram os espetáculos A Batalha de OLL contra o Gigante FERR e A Verdadeira história de Jesus, ambos com trilha sonora original. O grupo também participou dos espetáculos musicais Os Indispensáveis e Réquiem, além dos projetos do coral universitário como os I e II Circuitos de Música Antiga, além da opereta Bufa, com vários concertos dentro e fora do estado.

Em síntese, são 20 espetáculos montado até o inicio dos anos de 1990. Desde 1990, o Bigorna vem desenvolvendo o projeto de pesquisa “Uma busca à Intuição”, que tem como resultado os espetáculos a partir desta década. Em 2001, o grupo dá inicio a um novo processo de pesquisa, desta vez em busca da fusão entre Partitura Corporal e Musical. A partir de 2005 outro elemento é incorporado à pesquisa: a Improvisação, que resulta na Commedia Dell’Arte Mort’e Famme – Uma tragédia humana engraçada. Este espetáculo marca a trilogia sobre a fome no repertório Bigorna. Após ele, seguem o infantil Volver e Fazer e o monólogo Esparrela. Em 2008, o grupo foi contemplado no Programa BNB de Cultura com o projeto Circula Bigorna, que aborda os espetáculos Esparrela, e Volver e Fazer, além da realização gratuita de 3 oficinas: Iniciação Teatral, Maquiagem Cênica e Teatro na Educação. Toda a programação foi gratuita e circulou por cinco cidades. E, atualmente, lança sua mais nova montagem: A Peleja do Fute.

Serviço:

Direção e Dramaturgia: Fernando Teixeira
Montagem: Grupo de Teatro Bigorna
Texto: Machado de Assis
Elenco: Vladimir Santiago, Evaldo de Souza e Fabíola Morais
Figurino: Grupo de Teatro Bigorna
Confecção: Maria Bezerra
Adereços: Temis Magalhães
Trilha Sonora: Alice Lume e Fernando Pintassilgo
Sonoplastia: Junior Maciel 
Estúdio: Marcelinho Macedo
Arte: Sacha Teixeira
Fotografia: Sacha Teixeira
Produção Executiva: Ana Valentim
Assessoria: Anne Fernandes Comunicação e Produções Culturais
Patrocínio: Prefeitura de João Pessoa | FMC 2014

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