Economia

Bolsa sobe mais de 2% com aposta na vitória de Biden nos EUA; dólar zera perdas

O Ibovespa, principal índice do mercado de ações da B3, sobe 2,02%, aos 95.846 pontos, seguindo os pregões americanos.

Bolsa sobe mais de 2% com aposta na vitória de Biden nos EUA; dólar zera perdas

Na volta do feriado, Bolsa inicia a semana em alta Foto: — Foto:Reuters

RIO e SÃO PAULO — A atenção dos investidores está voltada para as eleições presidenciais nos Estados Unidos nesta terça-feira. A expectativa do mercado é de uma vitória de Joe Biden. A Bolsa sobe com força, mas o dólar zerou as perdas frente ao real, na reabertura do mercado brasileiro após o feriado de Finados.

O Ibovespa, principal índice do mercado de ações da B3, sobe 2,02%, aos 95.846 pontos, seguindo os pregões americanos.

Nos EUA, o S&P 500 sobe 1,76%; o Dow Jones avança 1,91% e o Nasdaq tem ganho de 1,87%.

Já a moeda americana, que caiu mais de 1% pela manhã, zerou as perdas frente ao real e sobe 0,18%, sendo negociada a R$ 5,74. Na mínima do dia, a divisa bateu em R$ 5,65.

No exterior, o dollar spot, índice da Bloomberg que acompanha o movimento da divisa frente a uma cesta de moedas, recua 0,78%.

Analistas apontam os fatores internos como fonte de pressão sobre a moeda americana. Entre eles, a paralisia do Congresso com a agenda econômica, além de uma postura de mais tolerância com aumento de gastos pelo governo.

Ontem, no feriado brasileiro, todos os mercados acionários do mundo subiram, movimento que se repete hoje. Por isso, a Bolsa brasileira acompanha essa alta e o dólar recua.

“Aqui, certamente há muito espaço para recuperações. Na última sexta-feira, o Ibovespa fechou com queda de 2,72% aos 93.952 pontos. Vamos ter que ajustar para o movimento de ontem e também a alta de hoje”, observa o economia-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira, em relatório a clientes.

As ações da Petrobras sobem mais de 3%, com alta do preço do petróleo no mercado internacional, enquanto os papéis de bancos também avançam mais de 3%.

O mercado entende que uma vitória de Biden poderá acelerar a aprovação de um pacote de estímulos econômicos nos EUA para combater os efeitos negativos da pandemia.

“Há enorme preocupação em saber se o vencedor comandará as duas casas do Congresso americano. Trump prometeu redução de impostos e Biden diz que ampliará os estímulos fiscais”, lembra Bandeira em seu relatório.

Ainda assim, os investidores não descartam volatilidade nos mercados nos próximos dias se o resultado da eleição demorar a sair nos EUA e o presidente Donald Trump for à Justiça.

Relatório do banco suíço UBS lembra que a eleição presidencial americana e a chegada de uma vacina contra a Covid-19 serão fatores cruciais para o desempenho do mercado nos próximos meses.

A vacina é importante para a retomada do consumo, essencial para a recuperação econômica. E a eleição presidencial vai determinar quais são os estímulos fiscais possíveis nos EUA e como será a relação com a China.

Para o banco, o melhor cenário para países emergentes, seria a vitória de Biden com os democratas tendo a maioria no Congresso.

O bom humor do mercado se explica também pelo recado na ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira. Nela, o Banco Central endureceu a mensagem sobre o eventual espaço para cortar a taxa básica de juros e frisou estar atento à piora do quadro fiscal e suas implicações para a política monetária.

A temporada de balanços no Brasil, com uma perspectiva de resultados melhores que no segundo trimestre, ajuda no bom desempenho da Bolsa.

Boletim Focus

Também nesta terça-feira foi divulgado o Boletim Focus no Banco Central, que reúne as projeções de analistas de mercado. O levantamento semanal apontou que a expectativa para a alta da inflação neste ano agora é de 3,02%, contra 2,99% na semana anterior. Para 2021, o ajuste foi de 0,01 ponto percentual para cima, a 3,11%

O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas consultados continuam vendo contração de 4,81% em 2020, mas reduziram a perspectiva de crescimento no ano que vem a 3,34%, de 3,42% antes, na terceira semana seguida de queda.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros deve terminar este ano na atual mínima histórica de 2%, chegando a 2,75% no final de 2021.

Na semana passada, o BC manteve a Selic na mínima histórica de 2% ao ano e, apesar de reconhecer uma pressão inflacionária mais forte no curto prazo, manteve sua mensagem de orientação futura (forward guidance) e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.

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