O dia seguinte ao anúncio do governo sobre o reajuste de 7,8% no preço da gasolina e de 3,94% para o óleo diesel nas refinarias, a partir de segunda-feira, teve movimentação normal em vários postos de combustíveis do país. Mas, para boa parte dos consumidores, a manutenção dos valores nas bombas não vai durar muito tempo.
Habituado à oscilação de preços dos combustíveis em outras ocasiões, o comerciante Murilo Santana, que há 15 anos usa uma caminhonete para a realização de fretes, desconfia que, mais cedo ou mais tarde, terá de desembolsar mais para abastecer o veículo.
– A gente acaba tendo que pagar tudo mesmo. Eu é que não tenho como repassar esses aumentos para meus clientes, porque vou perder para a concorrência – disse.
Segundo a Petrobras, os aumentos não serão repassados ao consumidor porque o governo zerou a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), tributo cobrado sobre combustíveis.
A alteração na cobrança do tributo será autorizada por meio de Decreto Presidencial que será publicado na segunda-feira no Diário Oficial da União. A redução da Cide custará aos cofres públicos R$ 420 milhões por mês, segundo cálculos do governo.
– Estou um pouco descrente. Infelizmente, tudo acaba mesmo no consumidor. Já tive um carro a diesel, hoje uso gasolina. Penso0 em trocar para um movido a álcool, pela economia e pela questão ambiental – afirmou Geraldine Svacina, enquanto abastecia seu carro em um posto da Lagoa, na Zona Sul.
A justificativa para o aumento da gasolina e do diesel neste momento é a defasagem de preços dos combustíveis da Petrobras em relação ao mercado externo. Com o reajuste nas refinarias, a estatal poderá recompor parte dessa diferença de preços, sem causar impacto no bolso do consumidor e na inflação.