Economia

IPCA-15: prévia da inflação desacelera e fica em 0,13% em julho

Desaceleração do índice reflete impacto da redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações.

IPCA-15: prévia da inflação desacelera e fica em 0,13% em julho

Essa foi a menor variação do indicador desde junho de 2020, quando ficou em 0,02%. — Foto:Reprodução/Pixabay

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação oficial do país – ficou em 0,13% em julho, abaixo da taxa de 0,69% registrada em junho, conforme divulgado nesta terça-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da menor variação do indicador desde junho de 2020, quando ficou em 0,02%. Em julho do ano passado, a taxa havia sido de 0,72%

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,79%, a terceira maior taxa para um mês de julho desde 2000.

Já o indicador acumulado em 12 meses ficou em 11,39%, abaixo dos 12,04% registrado em junho, a maior taxa para um mês de julho desde 2003, quando ficou em 16,01%. Desde setembro, a inflação anual no país está com dois dígitos, muito acima do teto da meta estabelecida pelo governo para este ano.

Dentre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE para o cálculo da inflação, seis tiveram variação positiva, sendo que em quatro deles o indicador desacelerou na passagem de junho para julho.

Veja a prévia da inflação de julho para cada um dos grupos pesquisados

Comunicação: -0,05%
Habitação: -0,78%
Transportes: -1,08%
Educação: 0,07%
Artigos de residência: 0,39%
Saúde e cuidados pessoais: 0,71%
Despesas pessoais: 0,79%
Vestuário: 1,39%
Alimentação e bebidas: 1,16%

A desaceleração do índice geral de julho na comparação com junho foi puxada pela deflação dos grupos de Transporte e Habitação, respectivamente de -1,08% e -0,78%.

As variações negativas destes dois grupos refletem a redução das alíquotas de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações aplicadas a partir da Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho pelo governo federal.

“A lei federal foi posteriormente incorporada no âmbito das legislações estaduais, contribuindo para o recuo de preços observado nesses grupos”, apontou o IBGE.

O maior impacto da redução do tributo ocorreu sobre a gasolina, item de maior peso individual sobre o IPCA-15, cujo preço médio teve queda de 5,01%, seguido do etanol, com recuo de 8,16%.

Na energia elétrica, houve redução de ICMS em várias regiões, sendo a mais expressiva registrada em Goiânia, onde o tributo caiu de 29% para 17%, reduzindo a tarifa em 12,02%. Em Curitiba, no Paraná, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também houve recuos acima de 12%.

Metodologia

O IPCA-15 difere do IPCA, a inflação oficial do país, somente no período de coleta e na abrangência geográfica. Para o cálculo do índice de julho, os preços foram coletados no período de 14 de junho e 13 de julho de 2022 e comparados com os vigentes de 14 de maio a 13 de junho de 2022.

O IPCA-15 refere-se a famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

Inflação acima da meta pelo 2º ano seguido
Em 2021, a inflação fechou o ano em 10,06%, bem acima do teto da meta (5,25%), representando o maior aumento desde 2015.

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para 2022 é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. No final de junho, o BC admitiu oficialmente que a meta deve ser descumprida novamente este ano.

A projeção do Banco Central é que o IPCA fique em 8,8% neste ano. Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Para tentar trazer a inflação de volta para a meta, o Banco Central tem feito um maior aperto monetário. A taxa básica de juros (Selic) está atualmente em 13,25%.

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