As novas condições de financiamento habitacional para as operações com recurso de poupança na Caixa Econômica Federal (CEF) tiveram início nessa segunda-feira (25), inclusive do financiamento direto para as construtoras. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), João Barbosa de Lucena, trata-se de uma sinalização de que o Governo vai aos poucos aumentar as linhas de crédito para o sistema habitacional – tanto para a produção quanto para o financiamento ao consumidor.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, a partir de agora, o valor máximo de financiamento de imóveis pelo banco passou de R$1,5 milhão para R$ 3 milhões. A mudança vale somente operações de crédito do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). Essa modalidade de crédito financia imóveis mais caros, sem emprestar dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Além desse aumento no limite de crédito, a Caixa anunciou que passará a financiar uma parcela maior do valor dos imóveis por meio do SFI. A cota de financiamento para imóveis usados subiu de 60% para 70% do valor total. Para a compra de imóvel novo, construção em terreno próprio, aquisição de terrenos e reforma ou ampliação, a cota passou de 70% para 80%.
Além das novas condições de crédito à Pessoa Física, o banco também implementará medidas de apoio à produção de empreendimentos habitacionais. Dentre elas, destaca-se a reabertura do Plano Empresário da Construção Civil, que estava fechado desde 2015.
Segundo o presidente do Sinduscon-JP, João Barbosa, embora o valor ofertado pela CEF ainda seja pouco, a medida vem ao encontro às previsões do mercado, de que a economia começa o seu caminho de volta ao rumo do crescimento. “São bons sinais e a construção civil vê uma expectativa muito favorável e acredita numa recuperação”, comemorou ele, lembrando que a linha de financiamento para o construtor estava suspenso desde 2015.
Plano Empresário – No Plano Empresário, a instituição financia o custo da obra diretamente à construtora, para que, após concluído o empreendimento, a dívida seja liquidada por meio da venda e do financiamento das unidades habitacionais. A linha será relançada, no entanto, com um diferencial em relação ao mercado: o financiamento poderá ser concedido às construtoras para conclusão de empreendimentos que estejam com até 80% de obras executadas.
Para esta operação, os recursos serão destinados tanto para imóveis enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que são aqueles com valores de até R$ 750 mil em SP, RJ, MG e DF e de até R$ 650 mil nos demais estados – inclusive a Paraíba – como para os do SFI, que contempla imóveis acima desse teto.
Segundo a CEF não existe trade off entre a habitação de mercado e habitação social, ou seja, não estão sendo direcionados recursos de um segmento para o outro. O foco da atuação do banco em habitação continua sendo o segmento social, com prioridade para o Programa Minha Casa Minha Vida.