Economia

Tesouro Direto: venda de títulos em 2019 sobe 72% e soma R$ 30 bilhões, valor recorde

Queda dos juros também impulsionou os resgates de títulos públicos no ano passado, que atingiram R$ 30,915 bilhões, valor também recorde e que superou o das emissões.

Tesouro Direto: venda de títulos em 2019 sobe 72% e soma R$ 30 bilhões, valor recorde

No ano passado, o Banco Central promoveu uma série de cortes na Selic, a taxa básica de juros da economia, que em dezembro chegou à mínima histórica de 4,5% ao ano. — Foto:Reprodução

A venda de títulos públicos por meio do Tesouro Direto registrou aumento de 72% no ano passado, para R$ 30,882 bilhões, informou nesta segunda-feira (27) o governo federal.

Em um ano marcado pela queda dos juros, os resgates de títulos em 2019 também atingiram valor recorde: R$ 30,915 bilhões. Desse total, R$ 21,324 bilhões correspondem a resgates antecipados e, outros R$ 9,591 bilhões, a resgates devido ao vencimento do papel.

No ano passado, o Banco Central promoveu uma série de cortes na Selic, a taxa básica de juros da economia, que em dezembro chegou à mínima histórica de 4,5% ao ano. Com isso, a remuneração de títulos públicos também ficou menor.

Esse movimento provocou a valorização dos títulos comprados antes da queda da Selic. Muitos investidores aproveitaram para vender seus papéis e embolsar lucros.

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 e permite a pessoas físicas a compra de títulos públicos pela internet, por meio de bancos e corretoras.

Segundo o gerente do Tesouro Direto do Ministério da Economia, Diego Link, a venda antecipada de títulos públicos pelos investidores é um “movimento natural quando ocorre uma queda das taxas de juros, com consequente aumento do [preço do] título”.

“O investidor tem um planejamento de ter um rendimento em um determinado número de anos. Se o preço [do título] sobe muito, ele consegue um rendimento elevado em um período curto de tempo e opta por auferir esse lucro”, disse ele.

Investidores cadastrados
De acordo com o Tesouro Nacional, 2,513 milhões de novos investidores se cadastraram no programa em todo ano passado.

Com isso, o número total de pessoas cadastradas passou de 3,374 milhões, no fim de 2018, para 5,626 milhões no fechamento do ano passado – um aumento de 80,7%.

“O número de investidores ativos chegou a 1.201.181, uma variação de 52,8% nos últimos doze meses. No mês [de dezembro], o acréscimo foi de 28.410 novos investidores ativos”, acrescentou a instituição.

Volume total de aplicações

Mesmo com o resgate de recursos do Tesouro Direto em 2019, o saldo total (estoque) de títulos em mercado alcançou o montante de R$ 59,645 bilhões no fim do ano passado, uma alta de 9,98% sobre dezembro de 2018 (R$ 54,233 bilhões).

“Os títulos remunerados por índices de preços [inflação] respondem pelo maior volume no estoque, alcançando 48,5%. Na sequência, aparecem os títulos indexados à taxa Selic, com participação de 33,3% e, por fim, os títulos prefixados, com 18,2%”, informou o Tesouro Nacional.

Renda fixa em baixa

Apesar do recorde registrado com a venda de títulos públicos por meio do Tesouro Direto no ano passado, analistas avaliam que os investimentos em renda fixa como Tesouro Direto, CDB´s e poupança, vêm perdendo atratividade nos últimos meses.

Isso está relacionado com a queda dos juros básicos da economia, que atingiram a mínima histórica de 4,5% ao ano em dezembro ano passado.

Com o atual patamar da taxa Selic, por exemplo, a remuneração da poupança está hoje em 3,15% ao ano, mais Taxa Referencial. A poupança perdeu para a inflação em 2019 e a expectativa é que isso ocorra novamente neste ano.

Uma alternativa para os investidores conseguirem uma remuneração mais alta é a renda variável, ou seja, a bolsa de valores. Nesse caso, porém, o risco assumido é maior, pois pode haver perda de recursos. A bolsa foi a aplicação financeira que apresentou o maior retorno em 2019, superando até mesmo o investimento em ouro.

Diego Link, gerente do Tesouro Direto, observou, porém, que qualquer carteira de investimentos sempre aloca uma parte dos recursos em renda fixa, com perfil mais conservador, e outra em renda variável.

“Se considerar que os títulos públicos são o investimento mais seguro da economia, falando em risco de crédito, sempre vai existir uma parcela da carteira com alocação em renda fixa e, consequentemente, em Tesouro Direto. Sempre vai ser uma alternativa atrativa por essa opção”, avaliou.

Além disso, acrescentou ele, o investidor também tende a destinar uma parte de seus recursos para a chamada “reserva de emergência” – que pode, nesse caso, também ser investida em títulos públicos.

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