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Walmart muda de nome no Brasil e prevê investir R$ 1,2 bi

Os atuais gestores da companhia tinham um prazo de até três anos para seguir usando a marca americana, contados da data da compra da empresa.

Walmart muda de nome no Brasil e prevê investir R$ 1,2 bi

A companhia informa que tem como plano reforçar o investimento no canal atacarejo e em clubes de compras — Foto:Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A rede de varejo Walmart Brasil decidiu mudar sua marca no país para Grupo Big. A troca ocorre cerca de um ano após 80% de suas operações terem sido adquiridas pela empresa de investimentos Advent.

Os atuais gestores da companhia tinham um prazo de até três anos para seguir usando a marca americana, contados da data da compra da empresa.

Pesaram na decisão de antecipar a mudança, de um lado, a possibilidade de reduzir o pagamento de royalties e, de outro, o plano de mudar o perfil da rede já apresentando ela com uma nova marca.

A companhia informa que tem como plano reforçar o investimento no canal atacarejo e em clubes de compras.

Nessa direção, afirma que irá converter 10 hipermercados em lojas da rede de atacarejo Maxxi que hoje tem 43 unidades. Em comunicado, a empresa afirma que essa bandeira deve ser estratégica para a empresa e atender consumidores finais e comerciantes.

O Walmart prevê investimentos de R$ 1,2 bilhão no Brasil nos próximos 18 meses. O objetivo é a modernização e a ampliação de suas lojas. Elas terão maior foco nos formatos de atacarejo, explorados por rivais como GPA e Carrefour.

As concorrentes planejam investimentos para 2019 de, ao menos, R$ 1,6 bilhão.
Ricardo Rodrigues, diretor de gestão de cadeia de suprimentos da AGR Consultores, diz acreditar que o direcionamento de esforços do Walmart em relação ao atacarejo (que oferece preços menores do que as demais modalidades) é consequência de uma perda de espaço generalizada dos hipermercados.

“O atacarejo é visto por grande parte dos consumidores como modelo que traz melhores oportunidades de compra do que o hipermercado, que reinou soberano até a virada do milênio”, afirma.

Segundo Rodrigues, a virada do Grupo Big em relação ao atacarejo acontece tardiamente, com marcas como Assaí e Roldão já bem posicionadas no setor, mas ainda é possível atuar com competitividade nessa área.

Rodrigues diz considerar positiva a mudança da marca da empresa, levando em conta que, em sua visão, o nome Walmart tinha pouco apelo junto ao consumidor brasileiro.
“Walmart era uma marca que tocava o ‘top of mind’ de poucos consumidores, talvez alguns que viajavam mais para fora viam alguma diferenciação”, diz.

O agora Grupo Big opera atualmente com cerca de 550 lojas e 50 mil funcionários em 18 estados, além do Distrito Federal. A companhia afirma ser o terceiro maior conglomerado de varejo alimentar do Brasil.

Em relação ao hipermercado, a companhia afirma ter, após pesquisas, optado por adotar suas marcas regionais, que possuiriam vínculo emocional com consumidores.
As lojas do modelo nas regiões Sul e Sudeste passarão a se chamar BIG, enquanto no Nordeste, todos os hipermercados serão Big Bompreço”, afirmou a companhia em comunicado à imprensa.

“Até junho de 2020, a expectativa é concluir a reforma de 100 hipermercados”, diz o comunicado.

A empresa também afirma que irá reformular sua estratégia de preços e ampliar o sortimento de produtos em 30%.

A bandeira Sam’s Club terá, em um período de um ano, dez novas lojas. A primeira será inaugurada no início deste semestre e, até o final do ano, mais três unidades serão abertas, segundo a rede.”

Desde janeiro, a companhia fechou 24 unidades: 13 da bandeira Todo Dia (lojas de bairro), 9 hipermercados e 2 supermercados. A avaliação é que essas lojas apresentavam baixo desempenho.

Outras 20 lojas estão em processo de conversão e passam por reforma para que possam operar a partir de outra bandeira do grupo.

Também como parte da reestruturação da empresa, o agora Big anunciou em maio que iria interromper as atividades no comércio eletrônico. Desde 2017, o site da empresa funcionava como marketplace (plataforma para vendas de produtos de terceiros). Foram demitidos na época 70 dos 90 funcionários responsáveis pela operação.

A empresa afirmou que, no futuro, deveria buscar uma convergência entre o canal físico e o digital, indicando que planeja um retorno ao comércio eletrônico no futuro.

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