A Folha de São Paulo apontou que a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) está recebendo doações de empresas, o que agora é uma prática já proibida pela Justiça Eleitoral. Atualmente, os candidatos só podem receber doações de pessoas físicas. Segundo o jornal apurou, essas empresas estão investindo na campanha do militar com ataques ao PT pelo WhatsApp.
Elas estariam pagando a agências de disparo em massa de mensagens contrárias ao Partido dos Trabalhadores e preparando uma grande operação para a última semana que antecede o domingo (28) de votação para o segundo turno. Os contratos são de R$ 12 milhões, cada um, e seriam uma prática de doação não declarada.
Os contratos são para o disparo em massa de centenas de milhões de mensagens via WhatsApp para a base de usuários do próprio candidato e para bases de terceiros, vendidas por agências de estratégia digital. A compra de bases também é proibida pela legislação eleitoral, pois a campanha só pode usar listas de apoiadores do próprio candidato, com números voluntariamente cedidos.
As agências que prestam esse serviço são a Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market. A Folha procurou a Havan e o dono, Luciano Hang, disse que não sabe nem o que é disparo em massa de mensagens. Ele negou envolvimento na prática na campanha.
Peterson Rosa, sócio da QuickMobile, disse à Folha que a empresa não está prestando serviços em campanha política, neste ano, focando na mídia corporativa.
Richard Papadimitriou, da Yacows, não quis se manifestar. A SMS Market não respondeu à Folha.
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) não se manifestou diretamente sobre a denúncia de Folha. No Twitter dele, foi publicada uma mensagem falando que o Partido dos Trabalhadores “desconhece e não aceita” apoio voluntário.
O PT emitiu nota sobre o caso. Veja na íntegra.
Nota do PT: Caixa 2 de Bolsonaro financia indústria de mentiras nas redes
Reportagem da Folha de S. Paulo desta quinta-feira (18) confirma o que o PT vem denunciando ao longo do processo eleitoral: a campanha do deputado Jair Bolsonaro recebe financiamento ilegal e milionário de grandes empresas para manter uma indústria de mentiras na rede social WhatsApp.
Pelo menos quatro empresas foram contratadas para disparar mensagens ofensivas e mentirosas contra o PT e o candidato Fernando Haddad, segundo a reportagem, a preços que chegam a R$ 12 milhões. A indústria de mentiras vale-se de números telefônicos no estrangeiro, para dificultar a identificação e burlar as regras da rede social.
É uma ação coordenada para influir no processo eleitoral, que não pode ser ignorada pela Justiça Eleitoral nem ficar impune. O PT requereu nesta quarta (17), à Polícia Federal, uma investigação das práticas criminosas do deputado Jair Bolsonaro. Estamos tomando todas as medidas judiciais para que ele responda por seus crimes, dentre eles o uso de caixa 2, pois os gastos milionários com a indústria de mentiras não são declarados por sua campanha.
Os métodos criminosos do deputado Jair Bolsonaro são intoleráveis na democracia. As instituições brasileiras têm a obrigação de agir em defesa da lisura do processo eleitoral. As redes sociais não podem assistir passivamente sua utilização para difundir mentiras e ofensas, tornando-se cúmplices da manipulação de milhões de usuários.
O PT levará essas graves denúncias a todas as instâncias no Brasil e no mundo. Mais do que o resultado das eleições, o que está em jogo é a sobrevivência do processo democrático.
Por Comissão Executiva Nacional do PT