Concurso Público

Polícia Federal investiga denúncia de fraude em concurso da AGU

De acordo com candidatos, um envelope contendo as provas para o cargo de analista técnico-administrativo apresentava um corte de aproximadamente 15 centímetros e um dos cadernos de prova, de cor azul, estava com um “vinco”

Polícia Federal investiga denúncia de fraude em concurso da AGU

Concurso da AGU será investigado pela Polícia Federal — Foto:Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga uma denúncia de fraude em uma prova do concurso público para a Advocacia-Geral da União (AGU), realizado durante a tarde deste domingo (9) em Brasília. Pelo menos quatro pessoas registraram boletim de ocorrência até esta segunda (10).

De acordo com candidatos, um envelope contendo as provas para o cargo de analista técnico-administrativo apresentava um corte de aproximadamente 15 centímetros e um dos cadernos de prova, de cor azul, estava com um “vinco”. Segundo a denúncia feita à polícia, “o pacote foi violado e havia sinais de que a prova teria sido manuseada ou dobrada”.

O Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan), responsável pelo concurso, confirmou ao G1 que “o pacote chegou com uma pequena fissura” no local da prova, em Brasília. Mas garantiu que os sacos com as provas são “invioláveis”.

“O que é difícil, mas não impossível, é que os sacos acondicionados nos malotes, face ao peso de uns sobre os outros e ao próprio manuseio dos malotes, sofram algum tipo de fissura ou mesmo rasgos, mas isso não compromete o sigilo, pois, mesmo assim, chegam em malotes lacrados e, por consequência, inviolados”, explicou o Idecan.

Durante a tarde desta segunda, o Idecan informou que a prova de Técnico em Comunicação Social, que aconteceu à tarde, foi cancelada. Inscritos receberam a informação por e-mail. O motivo, seria um problema na aplicação das provas no Rio de Janeiro.
Em Brasília, ‘pacote milimetricamente cortado’

Na Polícia Civil do Distrito Federal, um dos boletins de ocorrência sobre suposta violação no pacote de provas foi registrado por Maurício Junior, de 42 anos. Ele disse que estuda para o concurso há cinco anos e se recusou a fazer a prova. O candidato esperou 1h30 para sair da sala – que é o tempo mínimo estabelecido – e foi direto para a delegacia registrar um boletim de ocorrência.

Segundo Maurício, o pacote chegou na sala “milimetricamente cortado” e o coordenador-geral, responsável pelo concurso, informou que “o envelope havia sido aberto por acidente ou incidente e que era um fato normal.”

“Eu solicitei a presença da Polícia Federal e o coordenador se identificou como Major Melo, da PMDF. Nesta ocasião, ordenei ao mesmo que agisse de ofício diante do crime e ele ordenou aos fiscais que rasgassem o envelope e distribuíssem as provas”, disse Maurício.

A estudante Maurikeila Teles, de 29 anos, também procurou a Polícia Civil para denunciar a suposta violação do pacote de provas. Ela disse que estuda para concurso há quase quatro anos e estava dentro da sala quando o saco com os cadernos de prova chegou rasgado.

Segundo Maurikeila, os candidatos tentaram tomar as providências necessárias, mas foram impedidos. “Como os celulares estavam nos saquinhos, pedidos que algum de nós pudesse pegar o celular para tirar foto, eles não deixaram”.

Provas feitas pela manhã foram canceladas

No domingo à noite, a AGU publicou uma nota dizendo que as provas realizadas durante a manhã foram canceladas porque houve problemas na distribuição do material em Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).

No comunicado, a AGU diz que “lamenta os incidentes que ocorreram neste domingo (9) durante a aplicação das provas do concurso para preenchimento de vagas das carreiras de apoio da instituição.” Mas afirma que “as provas do período vespertino, para os cargos de analista técnico administrativo e bibliotecário, transcorreram sem incidentes graves e deverão ser consideradas válidas para o certame”.

Representantes da Advocacia-Geral da União vão se reunir com o Idecan nesta terça (11) “para discutir uma nova data de realização do concurso para os cargos de administrador, arquivista, contador, técnico em comunicação social e técnico em assuntos educacionais” (que foram feitas pela manhã).

O que diz o Idecan

“Quanto ao caso levantando de um suposto pacote de prova que chegou em sala de aula aberto, isso não se configura como a verdade dos fatos. O que de fato ocorreu é que, em uma única sala, das centenas aplicadas em todo país, um saco de material de execução aparentemente chegou com uma pequena fissura.

Os sacos são invioláveis, lacrados e ainda são acondicionados dentro de malotes que, também, contêm lacres e cadeados e esses chegaram intactos ao local de prova. Tiveram seus respectivos termos de abertura acompanhados de forma pública e vistoriados pela organização e com presença testemunhal de candidatos, tudo transcrito em termo assinado aferindo que se encontravam lacrados, conforme procedimento repassado à equipe de fiscais e organizadores.

O que é difícil, mas não impossível, é que os sacos acondicionados nos malotes, face ao peso de uns sobre os outros e ao próprio manuseio dos malotes, sofram algum tipo de fissura ou mesmo rasgos, mas isso não compromete o sigilo, pois, mesmo assim, chegam em malotes lacrados e, por consequência, inviolados.

O procedimento adotado para abertura desses pacotes de prova, como de fato foi, é a abertura na presença de candidatos; procedimento esses realizado não só para os sacos de provas, como para os malotes que os acondicionam, que também são e estavam lacrados e inviolados.

Tanto os fiscais quantos os organizadores têm a recomendação de se ater a todas as regras pertinentes ao Edital, e de serem extremamente solícitos e educados com os candidatos, visando à execução do certame.

A equipe de fiscais e coordenadores são orientados a manter a tranquilidade e a boa ordem nos locais de prova, visando a permitir que os candidatos realizem suas provas, para assim não terem nenhum prejuízo. Na ocorrência de quaisquer questionamentos, também orientam os candidatos no sentido de que executem suas provas e utilizem os meios próprios que acharem convenientes em momento oportuno.

A Organizadora, até o momento, ainda não foi comunicada oficialmente sobre os boletins registrados. Tão logo seja, tomará as medidas necessárias para esclarecer por fim essa questão, de forma tão farta quanto a ora narrada.

Por fim, enfatizamos que fora um caso pontual, não restando dúvida de que não foi quebrado o sigilo e a segurança do processo, muito embora, alguns candidatos possam, se sentirem por bem, questionar esse fato pontual, que não configura, ressaltamos, nenhum tipo de ilegalidade que desabone o processo.”

O concurso

O concurso da AGU recebeu 62.151 inscrições para 100 vagas em sete cargos. O mais concorrido foi o de analista-técnico administrativo, para candidatos com nível superior em qualquer área: 26.494 inscritos para 7 vagas, ou 3.784 candidatos/vaga.

O edital é para 48 vagas de administrador, 10 de analista técnico-administrativo, 2 de arquivista, 1 de bibliotecário, 32 de contador, 2 de técnico em assuntos educacionais e 5 de técnico em comunicação social. O salário é de R$ 6.203,34.

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