Jogo da Amizade

Brasil e Colômbia fazem amistoso em homenagem à Chapecoense nesta quarta

A partir do apito inicial, haverá um Brasil e Colômbia que ninguém gostaria que existisse. Não pelos jogadores, pelos times, mas pelas razões que o motivam

Brasil e Colômbia fazem amistoso em homenagem à Chapecoense nesta quarta

Se empatar ou vencer, o Brasil vai ultrapassar a Argentina e voltar a ser líder após sete anos — Foto:Antonio Scorza

Antes de tudo, vem a homenagem às vítimas, a solidariedade às famílias cujas feridas vão demorar a fechar, a força aos sobreviventes para seguir em frente, a gratidão aos colombianos, mais convidados do que adversários no Jogo da Amizade, nesta quarta-feira, às 21h45m, no Engenhão. A partir do apito inicial, haverá um Brasil e Colômbia que ninguém gostaria que existisse. Não pelos jogadores, pelos times, mas pelas razões que o motivam.

Mas, como tem jogo, haverá jogadores atrás de oportunidades. Quatro titulares jamais vestiram a camisa amarela. A convocação de um time todo doméstico é um ponto fora da curva na trajetória recente da seleção brasileira. E serve para ilustrar novos tempos.

Primeiro, pela dificuldade de chamar público. Os organizadores lutam para atrair mais do que as 13 mil pessoas que compraram ingressos. Talvez seja a certeza de que o primeiro escalão de jogadores brasileiros esteja no exterior crie a sensação de que os representantes de times locais não são atração suficiente; talvez seja a crise que cerca o Rio de Janeiro por todos os lados, do problema financeiro à violência, ponto a considerar num jogo noturno. Difícil crer que, mesmo após dois meses da tragédia com o avião da Chapecoense, a mobilização tenha se diluído. O fato é que as necessidades dos que se beneficiarão da renda não cessaram.

Mas os novos tempos se mostram, fundamentalmente, na busca de jogadores de clubes brasileiros por um lugar na seleção que disputa as eliminatórias. O atual time titular de Tite está todo no exterior. E a má notícia para quem busca um lugar é que a antes necessária sequência que passava pelo destaque no clube, seguido pela convocação para a seleção e, em seguida, a negociação para uma das principais ligas da Europa, já não é mais regra. A detecção das grandes promessas, as que têm lugar nos principais clubes do mundo, é hoje tão rápida que, em muitos casos, torna-se anterior à chegada à seleção. Estar no Brasil aos 24 ou 25 anos, por vezes, pode ser o diagnóstico de que as chances diminuíram.

Em abril de 2013, Luiz Felipe Scolari chamou apenas jogadores locais para enfrentar o Chile, no Mineirão. Dos 16 que participaram da partida, oito permanecem no Brasil, sem contar Ronaldinho, cuja carreira tem desenrolar incerto. Pato e Neymar estão na Espanha e Paulinho passou pelo Tottenham antes de chegar à China. Ralf e Jadson conseguiram bons contratos na China, André Santos seguiu no país antes de passar por Índia, Suíça e Turquia, enquanto Fernando, que à época tinha 21 anos, logo foi para a Ucrânia, antes de jogar na Itália e na Rússia.

Meses antes, ainda com Mano Menezes, o Superclássico das Américas, contra a Argentina, levou a campo 14 jogadores domésticos. Hoje, dez estão no país.

O olhar inverso joga luz sobre esta realidade. Na última convocação de Tite para as eliminatórias, dos 24 chamados, 18 estavam no exterior. Destes, nove chegaram à seleção após saírem do país. O olhar europeu avalia as promessas brasileiras desde muito cedo.

ATRAÇÕES EM CAMPO

Mas a seleção ainda abre portas. É o que esperam, em especial, os mais jovens da seleção. O lateral rubro-negro Jorge, de 20 anos; o tricolor Gustavo Scarpa, de 23; o zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo, de 23; ou o gremista Luan, outro de 23 anos, são nomes constantemente citados no mercado.

— Espero ficar tranquilo, fazer as coisas corretas e não ficar pensando que tenho só 45 minutos para mostrar serviço — disse Willian Arão, único jogador de clubes do Rio que será titular hoje.

— É um jogo de solidariedade, importante por isso. Mas vamos fazer o máximo. Infelizmente, são só seis substituições, mas só de estar aqui fico feliz — disse Scarpa, que deverá começar no banco.

As seis substituições frustraram planos de Tite, que pretendia observar todos os 23 convocados. Mas a notícia envolve, por outro lado, uma das boas razões para assistir ao jogo. Segundo a Fifa, a partida precisa seguir normas oficiais o que, embora limite as trocas, faz o jogo contar pontos para o ranking da entidade. Se empatar ou vencer, o Brasil vai ultrapassar a Argentina e voltar a ser líder após sete anos. Não é mero simbolismo: o ranking tem sido usado, por exemplo, para definir cabeças de chave em sorteios de grupos da Copa do Mundo.

Há outras razões para ir ao Engenhão. Primeiro, para ajudar. Outra, porque o Brasil terá um bom time em campo, com jogadores como Lucas Lima, Robinho, Dudu e Diego Souza. E a Colômbia trouxe nomes como Borja, destaque na última Libertadores.

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