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Glover Teixeira teve que pedir perdão aos EUA antes de virar campeão do UFC

Neste sábado (30), aos 42 anos, se tornou o lutador mais velho a conquistar pela primeira vez um cinturão do maior torneio de MMA do mundo.

Glover Teixeira teve que pedir perdão aos EUA antes de virar campeão do UFC

Glover conquistou cinturão neste sábado. — Foto:Reprodução

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – Para chegar ao topo da categoria dos meio-pesados do UFC, o mineiro Glover Teixeira precisou formalizar um pedido de perdão ao governo dos Estados Unidos por ter entrado ilegalmente no país no final dos anos 90.

O pedido, conhecido como “waiver”, é uma exigência da burocracia americana aos infratores das leis de imigração que pretendem reingressar no país. Natural de Sobrália (MG), Glover foi um dos milhares de habitantes da região de Governador Valadares a emigrar à América do Norte em busca de emprego. Descoberto, acabou deportado e impedido de voltar ao país.

Perdoado, Glover voltou aos EUA, começou sua carreira no UFC e, neste sábado (30), aos 42 anos, se tornou o lutador mais velho a conquistar pela primeira vez um cinturão do maior torneio de MMA do mundo. O título veio após derrotar o polonês Jan Blachowicz. “Missão dada é missão cumprida”, disse ele segurando seu novo cinturão.

Quando tinha 19 anos, Glover não imaginava ser lutador e tinha outra missão. “Não gostava de estudar, só ficava trabalhando na roça, trabalho bruto”, lembrou ele em uma entrevista à TV Globo na semana passada. Convidado por um tio, ele cruzou a fronteira americana com o México com a ajuda de coiotes, arriscando a própria vida na travessia do deserto.

Sem documentos, o mineiro trabalhou como pedreiro, jardineiro, carpinteiro e fez diversos bicos para se manter. Levou dois anos para pagar a dívida com os atravessadores. Começou a treinar boxe e depois MMA na academia de Chuck Lidell, um dos maiores lutadores da história do esporte.

Até que sua condição de imigrante ilegal foi descoberta, e Glover foi deportado. Mesmo casado com a americana Ingrid Peterson e mantendo laços profissionais nos EUA, o atleta ficou três anos e meio sem poder pisar no país, à espera do perdão estatal. Ingrid ligava com frequência ao serviço de imigração para pressionar pelo andamento do processo.

Até que o “waiver” finalmente saiu, e Glover foi capaz de retomar sua vida nos EUA, onde vive até hoje, agora como cidadão americano, treinando, lutando e dando aulas de MMA.

Em 2014, desafiou o campeão Jon Jones pelo título da categoria, resistiu por cinco assaltos, mas acabou perdendo por decisão unânime. Com 35 anos, enquanto outros lutadores da sua idade se preparavam para encerrar a carreira, Glover planejava chegar ao auge. Fez dieta restritiva, parou de beber uma garrafa de uísque por festa e aprendeu a preservar seu corpo nos treinamentos.

Ao dominar Jan Blachowicz e finalizá-lo com um mata-leão em Abu Dhabi, Glover realizou um “sonho de 20 anos”, como disse em entrevista após o combate. “Um sonho que começou quando eu vi a primeira luta do Royce Gracie e disse que ia treinar pra ser campeão do UFC.”

“Treinei muito, sou bom pra caramba, meu jiu-jitsu é o melhor do mundo”, disse ele. “A minha história não foi fácil, a vida do brasileiro não é fácil.”

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