Casa Fifa

Marin é considerado culpado em seis das sete acusações feitas nos EUA

Marin foi condenado pelo júri popular no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York, onde corre o "Caso Fifa"

Marin é considerado culpado em seis das sete acusações feitas nos EUA

Marin chega com os advogados ao tribunal, em Nova York, nesta sexta-feira — Foto:Stephen Yang / Reuters

Pela primeira vez na história, um chefão do futebol brasileiro foi condenado pela Justiça. Não do Brasil, mas dos Estados Unidos. José Maria Marin, de 85 anos, presidente da CBF entre 2012 e 2015, foi considerado culpado de seis das sete acusações de crimes do “caso Fifa”: Marin foi inocentado de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil, mas condenado por três crimes de fraude (Copa América, Copa Libertadores, Copa do Brasil), dois de lavagem de dinheiro (Copa América e Libertadores) e um por integrar uma organização criminosa.

Marin foi condenado pelo júri popular no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York, onde corre o “Caso Fifa”. O tamanho de sua pena será definido pela juíza Pamela Chen, que não tem prazo para publicar a sentença. Até lá, ele espera pela decisão em prisão domiciliar, em seu apartamento na Trump Tower, em Manhattan.

Como se trata de decisão de primeira instância, Marin vai recorrer. A soma das penas por chegar a 60 anos, mas uma punição desse tamanho é tida como improvável. A maior investigação sobre corrupção na história do futebol foi conduzida pelos EUA porque foram usadas empresas e contas bancárias para movimentar dinheiro no país.

O atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-presidente da confederação, Ricardo Teixeira, foram indiciados pelos mesmos sete crimes da acusação de Marin. Mas os dois estão no Brasil, país que não extradita seus cidadãos, e portanto estão longe do alcance das autoridades americanas. As acusações contra eles não serão retiradas.

As propinas estavam relacionadas a três torneios: Copa América, Copa Libertadores e Copa do Brasil. Os dirigentes vendiam os direitos a essas empresas a preços muito baixos. Eles então revendiam a emissoras de TV e a patrocinadores por preços muito altos. Com a diferença, os empresários pagavam as propinas e enchiam os próprios bolsos.

Antes de fazer carreira como dirigente de futebol, Marin se dedicou à política. Foi vereador, deputado estadual e chegou a ser governador “biônico” de São Paulo durante dez meses (entre 1982 e 1983) durante a ditadura militar.

José Maria Marin chegou à presidência da CBF em 2012, aos 80 anos, quando Ricardo Teixeira renunciou, acossado por denúncias de corrupção no Brasil e no exterior. Como era o mais velho dos cinco vice-presidentes, Marin assumiu. Imediatamente nomeou Marco Polo Del Nero seu vice e passaram a dividir o poder.

– Marin e Del Nero eram como gêmeos siameses. Estavam sempre juntos e tinham o mesmo tratamento – definiu o argentino Alejandro Burzaco, ex-CEO da Torneos, empresa que tinha vários contratos na Conmebol, todos obtidas na base do pagamento de subornos para dirigentes.

Estiveram sempre juntos, até a madrugada de 27 de maio de 2015, quando a polícia suíça prendeu Marin no hotel Baur Aur Lac, em Zurique. Del Nero, contra quem não havia acusações na época, pegou um avião para o Brasil, de onde nunca mais se arriscou a sair. Ele continua sendo presidente da CBF.
No mesmo julgamento, foi condenado também o ex-presidente da Conmebol, Juan Angel Napout – o veredito do ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, Manuel Burga, foi o único ainda não revelado. Das cinco acusações, Napout foi inocentado em duas: lavagem de dinheiro na Libertadores e na Copa América.

Marin foi acusado de receber US$ 6,5 milhões em propinas durante os três anos em que mandou na CBF – de 2012 a 2015. O dinheiro era pago por empresas de marketing esportivo, em troca de contratos de direitos de transmissão e marketing de campeonatos de futebol.

Ao longo de seis semanas de julgamento, os esquemas de corrupção foram detalhados por empresários que pagavam esses subornos – como o brasileiro J. Hawilla, da Traffic – e por outros dirigentes que receberam esses subornos. A defesa de Marin tentou desqualificar os delatores, mas falhou.

Os advogados do ex-presidente da CBF também tentaram pintá-lo como “um inocente útil”, chegaram a compará-lo a uma criança que “só completa o time”, mas tais argumentos não convenceram os jurados. A estratégia de culpar Marco Polo Del Nero pelos também falhou.

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