Esporte

Morre J. Hawilla, ex-presidente da Traffic e delator do Caso Fifa

​Jornalista, de 74 anos, estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com problemas respiratórios

Morre J. Hawilla, ex-presidente da Traffic e delator do Caso Fifa

"Eu me arrependo. Eu não deveria ter aceitado [os pedidos dos dirigentes por dinheiro]. É algo que eu lamento ter feito", declarou. — Foto:Reprodução

Morreu na manhã desta sexta-feira (25), aos 74 anos, o advogado, jornalista e empresário J. Hawilla. Ele estava internado desde segunda-feira (21) no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com problemas respiratórios. J. Hawilla tinha retornado ao Brasil havia alguns meses, depois de passar cinco anos nos Estados Unidos. O empresário deixa esposa, três filhos e seis netos.

O caso Fifa
J. Hawilla foi preso pelo FBI, a Polícia Federal Americana, no dia 9 de maio de 2013, acusado de obstrução de Justiça. No dia seguinte, o empresário fez um acordo de colaboração com as autoridades americanas. Em troca de não ser processado por diversos outros crimes, Hawilla entregou uma grande quantidade de documentos e topou grampear vários de seus interlocutores: dirigentes de futebol, sócios, concorrentes.

A colaboração de Hawilla foi decisiva para o desenvolvimento do “Caso Fifa”, maior investigação sobre corrupção no futebol mundial, que tem mais de 40 réus, entre eles os três últimos presidentes da CBF – Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero – e os três últimos presidentes da Conmebol, Nicolas Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Angel Napout.

Além de colaborar com as autoridades americanas. Hawilla aceitou pagar uma multa de US$ 151 milhões – até sua morte, o empresário já havia devolvido US$ 25 milhões. Sua sentença seria dada em 2 de outubro no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York. Em dezembro do ano passado, Hawilla depôs no tribunal usando um cilindro de oxigênio e detalhou como pagava subornos para dirigentes de futebol desde 1991.

Segundo o próprio Hawilla contou, a Traffic, sua agência de marketing esportivo, subornava dirigentes de futebol para conseguir a preço baixo os direitos comerciais de competições da CBF e da Conmebol. Os direitos depois eram revendidos para emissoras de TV e patrocinadores por valores muito mais altos. Com parte do lucro da operação, as agências pagavam os subornos aos cartolas.

No mesmo depoimento em que confessou ter subornado cartolas, Hawilla mais de uma vez se disse arrependido.

“Eu me arrependo. Eu não deveria ter aceitado [os pedidos dos dirigentes por dinheiro]. É algo que eu lamento ter feito”, declarou.

Desde o início de fevereiro, J. Hawilla estava no Brasil. Pelo acordo que fez com as autoridades dos EUA, ele precisaria estar presente ao Tribunal Federal do Brooklyn em outubro, quando sua sentença fosse lida pela juíza do caso, Pamela Chen. Em reportagem publicada no último dia 10 de maio, o GloboEsporte.com detalhou os grampos que mostravam como funcionava a distribuição de propinas no Caso Fifa. CLIQUE AQUI para ler.

Trajetória
Descendente de libaneses, J. Hawilla começou na carreira de jornalista esportivo na década de 60. Nos anos 80, abraçou a carreira de empresário e comprou a até então desconhecida Traffic, que fazia publicidade em pontos de ônibus de grandes cidades.

Sob seu comando, a empresa passou a explorar a propaganda dentro dos gramados de futebol e se tornou a maior agência de marketing esportivo do país, sendo detentora dos direitos de exibição de importantes campeonatos de futebol no Brasil e no mundo.

Fora dos gramados, J. Hawilla investiu em meios de comunicação. Fundou a TV TEM, que surgiu com a compra das afiliadas da Rede Globo em Sorocaba, Rio Preto e Bauru e com a criação da emissora em Itapetininga. Também foi proprietário da rede de jornais Bom Dia, com presença em várias regiões do estado de São Paulo.

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