O grupo autointitulado Estado Islâmico viu o território que controla no Iraque e na Síria diminuir em mais de 25% desde janeiro do ano passado, segundo dados da empresa de estudos em defesa e segurança IHS divulgados no fim de semana.
De acordo com os analistas da IHS, a área ocupada pelo Estado Islâmico nesses países foi reduzida em 28%, encolhendo de 78 mil metros quadrados para 65.500. No entanto, a empresa mostra que nos últimos três meses as perdas territoriais diminuíram – desde julho, o grupo extremista muçulmano “cedeu” apenas 2.800 quilômetros quadrados.
E essa redução parece acompanhar a diminuição de ataques aéreos da Rússia contra alvos do EI, na opinião dos especialistas da IHS. No início de 2016, 26% dos bombardeios russos se concentraram em posições do grupo, mas o percentual caiu para 17% a partir do meio do ano. “Em setembro, [o presidente da Rússia] Vladimir Putin disse que [seria prioridade] combater o terrorismo internacional e o Estado Islâmico especificamente”, explica Alex Kokcharov, analista de Rússia para a IHS. “Nossos dados sugerem que isso não é o caso”.
Kokcharov afirma que a prioridade russa é apoiar o regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad, que há cinco anos enfrenta guerra civil que envolve uma série de grupos rebeldes. “Esse apoio militar tem como objetivo provável transformar a guerra civil em um conflito binário, que de um lado terá o regime sírio e, do outro, grupos extremistas como o EI. Isso tornaria difícil para a comunidade internacional apoiar movimentos de oposição na Síria”, completa o analista.
No entanto, perdas recentes não deixaram de ser significativas. O Estado Islâmico teve que recuar pelo menos 10 quilômetros na fronteira da Síria com a Turquia. No Iraque, o exército do país retomou o controle da base aérea de Qayyarah, uma posição estratégica a 60 quilômetros de Mosul, a segunda mais importante cidade iraquiana, ainda sob o controle dos extremistas.
Outra derrota importante ocorreu na cidade síria de Manbij, um ponto de acesso entre a fronteira com a Turquia e a cidade de Raqqa, a “capital” do Estado Islâmico. “As perdas territoriais podem ser modestas em escala, mas não têm precedentes em importância estratégica”, explica Columb Strack, analista-sênior de uma das publicações mais importantes da IHS, o periódico Conflict Monitor.
“A perda do acesso direto à fronteira restringe severamente a capacidade do grupo de trazer recrutas do exterior pela Turquia. Ao mesmo tempo, o governo iraquiano se prepara para atacar Mosul”.
A ofensiva no Iraque deverá ocorrer ainda neste mês e poderá ser um divisor de águas na luta contra o Estado Islâmico. A cidade está em poder do grupo desde 2014 e é descrita pelo governo iraquiano como o último bastião dos militantes no país.
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