Pandemia

Índia bate novo recorde mundial de casos de Covid e se torna o 4º país a superar as 200 mil mortes

Foi o 7º dia seguido com mais de 300 mil infectados, o que fez o país registrar mais de 2,3 milhões de novos casos na última semana. OMS diz que variante indiana já foi detectada em 17 países.

Índia bate novo recorde mundial de casos de Covid e se torna o 4º país a superar as 200 mil mortes

Parente de vítima da Covid-19 coloca as mãos na cabeça em um crematório em Jammu, na Índia, em 25 de abril de 2021. — Foto:Channi Anand/AP

A Índia bateu nesta quarta-feira (28) um novo recorde mundial de novos casos de Covid-19 e também ultrapassou as 200 mil mortes causadas pelo vírus. Foi o 4º país a superar a marca, após Estados Unidos, Brasil e México.

Foram 3.293 óbitos nas últimas 24 horas, um novo recorde diário. Pelo 3º dia seguido a Índia foi a nação com mais vítimas da Covid-19 no mundo, à frente inclusive do Brasil, que nas últimas 24 horas registrou mais 3.120 mortes e ultrapassou os 395 mil óbitos.

Segundo país mais populoso do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, a Índia também registrou 360.927 novos infectados, um novo recorde mundial casos confirmados em 24 horas.

Foi o 7º dia seguido com mais de 300 mil novos casos, o que fez o país registrar mais de 2,3 milhões de infectados na última semana e bater o recorde mundial de casos em 6 dos 7 dias.

A situação é crítica nos hospitais e crematórios do país, com falta de leitos, de remédios e de oxigênio para os doentes. Funerais em massa são feitos para dar conta do volume de corpos.

Familiares e profissionais de saúde usando EPI carregam corpos de vítimas da Covid-19 em um campo de cremação em Nova Délhi, em 27 de abril de 2021, durante a pandemia do novo coronavírus na Índia — Foto: Prakash Singh/AFP

Flexibilização, aglomerações e nova variante

A disparada de casos e mortes ocorre após o governo indiano ter falado em “fase final da pandemia” em março e ter flexibilizado as medidas de combate à Covid-19

O governo liberou comícios eleitorais e festivais religiosos mesmo com o aumento de contágios, e agora tem sido duramente criticado.

Os comícios do Bharatiya Janata Party (BJP), partido do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, continuam a ocorrer e a levar multidões às ruas mesmo com os recordes diários de casos e mortes.

Existe a suspeita de que uma nova variante do coronavírus, a B.1.617, tenha contribuído para a gravidade da segunda onda no país (leia mais abaixo).

Os crematórios trabalham sem pausa, do nascer do sol até depois da meia-noite.

Em alguns estabelecimentos, as chaminés estão rachando, as estruturas de metal das fornalhas estão derretendo e a lenha acabou, por isso as famílias precisam fornecer o próprio combustível.

Homem limpa plataforma de cremação para um novo funeral de uma vítima da Covid-19 em Gauhati, na Índia, em 27 de abril de 2021 — Foto: Anupam Nath/AP

Variante indiana

A variante suspeita de ser a responsável pela segunda onda de casos na Índia, que mergulhou o país em uma grande crise sanitária, já foi detectada em pelo menos 17 países, anunciou na terça-feira (27) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ela foi detectada em mais de 1,2 mil sequências de genoma em pelo menos 17 países, como Reino Unido, Estados Unidos e Singapura. Bélgica, Suíça, Grécia e Itália também anunciaram ter registrado a nova cepa nos últimos dias.

A variante indiana B.1.617 ainda provoca muitas perguntas. A OMS diz não saber se o maior índice de mortes no país se deve ao fato de a cepa ser mais agressiva, à situação do sistema de saúde indiano, com a explosão no número de casos, ou a ambos.

Segundo a organização, o recrudescimento da pandemia na Índia também pode ser devido a “outros comportamentos”, como o não cumprimento de restrições sanitárias e o elevado número de aglomerações.

“A B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais elevada do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo que é mais contagiosa”, afirmou a OMS.

A OMS classificou recentemente a cepa indiana como uma “variante de interesse”, não como “preocupante”. Se fosse classificada como “preocupante”, significaria que ela é mais perigosa (mais contagiosa, mais letal e capaz de resistir a vacinas).

As variantes “preocupantes” (VOCs) são a brasileira, a britânica e a sul-africana.

Corpos de vítimas da Covid-19 são cremados em cerimônia coletiva em Nova Délhi, na Índia, no dia 26 de abril — Foto: Adnan Abidi/Reuters

Suspensão de voos

Para evitar a sua propagação, vários países suspenderam ou limitaram as conexões aéreas com a Índia, como Austrália, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia.

A Bélgica anunciou o fechamento de suas fronteiras para quem tenha partido da Índia e também do Brasil e da África do Sul, países que registraram as variantes “preocupantes”.

A Espanha ampliou a quarentena obrigatória, que já está em vigor para passageiros procedentes do Brasil, às pessoas que chegam da Índia.

A presença do vírus preocupa a Europa, no momento em que vários países começam a flexibilizar as medidas de restrição. A Holanda suspende nesta quarta-feira (28) o seu toque de recolher.

Ajuda internacional

Diante do colapso sanitário no país, a comunidade internacional se mobilizou para ajudar a Índia.

O primeiro carregamento de ajuda médica, com 100 respiradores e 95 concentradores de oxigênio enviados pelo Reino Unido, chegou na terça-feira (27) a Nova Délhi.

Estados Unidos, França, Alemanha, Canadá e outros países também anunciaram ajuda.

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